Imagem ilustrativa da imagem Covid-19 é seis vezes mais letal em pessoas com câncer
| Foto: iStock

O risco de morte pelo novo coronavírus é seis vezes maior em pessoas com câncer. A letalidade acima da média foi constatada por um estudo brasileiro que demonstrou que a taxa de mortalidade em vítimas do novo coronavírus aumenta de 2,4% para 16,7% quando envolve pacientes oncológicos. A pesquisa foi publicada há algumas semanas no Journal of Clinical Oncology. Embora a vacina contra a Covid-19 seja recomendada para quem está se submetendo a tratamento quimioterápico, o médico deve indiciar o melhor momento para a aplicação com base no estado imunológico do paciente.

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O estudo que apontou maior índice de mortalidade causada pela Covid-19 em pessoas com câncer foi conduzido por médicos do grupo Oncoclínicas. Os pesquisadores acompanharam 198 pacientes oncológicos infectados pelo novo coronavírus entre março e julho de 2020. Neste período 33 pessoas monitoradas morreram em decorrência da doença.

“Esse estudo foi publicado em uma das importantes revistas científicas do mundo. A pesquisa reforça ainda mais a importância da vacinação em pessoas com câncer”, destaca o médico oncologista Mário Liberatti, responsável técnico da Clínica Pro Onco Londrina. Ele enfatiza que embora a vacina contra a Covid-19 não tenha sido testada em pacientes oncológicos, o imunizante é seguro para quem integra esse grupo. “Esse tipo de vacina que usa fragmentos de vírus inativados mostrou-se eficaz contra outras doenças, o que indica a eficácia também em relação a Covid mesmo em casos de pacientes com câncer”, argumenta.

Liberatti ressalta que apesar de a vacina ser recomendada a pessoas com câncer, os pacientes nesta condição devem observar o cronograma do Plano Nacional de Vacinação estabelecido de acordo com a faixa etária da população que está priorizando os idosos nesta primeira fase. “Além disso as pessoas com câncer devem consultar o médico que está acompanhando seu tratamento para ele indique o momento certo de tomar a vacina. Essa consulta prévia deve ser feita porque as sessões de quimioterapia e outras técnicas usadas contra o câncer podem deixar os pacientes com a imunidade baixa em determinados períodos, agravando o risco de contaminação pelo coronavírus”, observa.

Outra recomendação dada pelo oncologista londrinense é que os pacientes com câncer não abandonem o tratamento oncológico durante a pandemia. “Estima-se que no Brasil, exista atualmente cerca de 1,5 milhão de pessoas em tratamento. No início da pandemia, muitos deixaram de se tratar com medo de contrair Covid em clínicas e hospitais. Vale lembrar que o câncer pode continuar evoluindo se o tratamento for interrompido. O mesmo vale em relação a exames que podem diagnosticar o câncer, pois quanto antes o problema for descoberto e tratado menor será o risco de sequelas”, enfatiza.

Ele reforça ainda que as clínicas e hospitais de Londrina que oferecem tratamento contra o câncer são seguros pois adotaram várias medidas preventivas contra a Covid-19. “Esses cuidados incluem a exigência do uso de máscara nestes locais, disponibilização de álcool gel e distância mínima entre as cadeiras, além de realização periódica de testes PCR entre médicos e colaboradores. Lembrando que para evitar aglomerações neste período está sendo permitido a entrada de apenas um acompanhante nas consultas e nas sessões de tratamento”, detalha.

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