O corpo do trabalhador haitiano Wicken Celestin, de 55 anos, foi resgatado na tarde desta segunda-feira (31). A vítima é um dos trabalhadores que estavam no túnel do silo 3 no momento da explosão ocorrida na Cooperativa C. Vale, em Palotina (Oeste), na última quarta-feira (26). O incidente atingiu quatro armazéns de grãos.

Devido às condições do local, as equipes do Corpo de Bombeiros envolvidas no resgate do corpo trabalharam com muito cuidado. Uma maca modelo SKED, destinado ao resgate e salvamento de vítimas em ambientes de difícil acesso e espaços confinados, foi enviada a Palotina. As equipes da Polícia Científica também foram acionadas para acompanhar a ação.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, disse, em nota publicada pela assessoria de imprensa da cooperativa, que “o resgate da última vítima foi finalizado com dor e que a explosão pegou em cheio o coração da associação”. Ele assegurou que a C.Vale vai se concentrar em auxiliar as autoridades a identificar as causas do acidente.

Ao todo, a explosão do silo provocou nove mortes, sendo oito no local da explosão e uma que foi socorrida e levada para um hospital em Cascavel (Oeste), mas que não resistiu aos ferimentos.

Além dos óbitos, oito trabalhadores ficaram feridos na explosão e estão sendo tratados em hospitais de Cascavel, Curitiba, Palotina e Londrina. Na tarde deste domingo (30), um dos pacientes, Paulo Cesar Arets, recebeu alta do Hospital Policlínica de Cascavel.

Três dos sete feridos que permaneciam sob cuidados médicos nesta segunda estão internados no Centro de Tratamento de Queimados do HU (Hospital Universitário) de Londrina. Dois deles estavam na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e o terceiro, na enfermaria. Todos respiram em ar ambiente, sem auxílio de aparelhos, com situação estável e acompanhamento médico da equipe.

O delegado Rodrigo Baptista, responsável pelo inquérito sobre a explosão, disse nesta segunda-feira (31) que começou a ouvir pessoas ligadas ao sindicato dos trabalhadores que representa os funcionários da associação, membros da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e outras testemunhas.

Os feridos foram identificados ainda na sexta-feira (28) e um cronograma para que sejam ouvidos já foi programado. “ Serão testemunhas importantes dentro do inquérito policial”, declarou.

Ainda na sexta, a Polícia Civil ouviu o chefe da Defesa Civil de Palotina, que foi uma das primeiras autoridades a chegar ao local, e o chefe de medicina e segurança do trabalho da cooperativa, em busca de informações para nortear a linha de investigação.

Baptista também aguarda laudos periciais do IC (Instituto de Criminalística) que possam corroborar com as linhas investigativas. “Com isso, esperamos, ao final do inquérito, chegar a uma elucidação bem clara do ocorrido e se houve ou não responsabilidades e condutas a serem imputadas”, disse.

IMÓVEIS

A explosão danificou pelo menos 196 imóveis no entorno da cooperativa. A estimativa é da Prefeitura de Palotina. Os estragos em residências e estabelecimentos comerciais em área próxima ao local foram avaliados em uma reunião no gabinete do prefeito Luiz Ernesto Giacometti (PL).

A administração municipal disponibilizou horário exclusivo de atendimento às pessoas que sofreram algum dano em decorrência da explosão, das 12h às 13h30. O expediente excepcional vai até a sexta-feira (4).

As informações sobre os danos ainda estão sendo coletadas para fins de perícia e ressarcimento dos prejuízos, informou o secretário de Administração, Lucas Pedron.

(Matéria atualizada às 19h45)