Londrina chegou a registrar 9 graus na semana passada. A chegada do friozinho típico de outono em toda a região sul do país faz acender ainda mais o sinal de alerta em relação à disseminação do novo coronavírus. Temperatura baixas aliadas ao clima seco típico deste período do ano ajudam a criar cenários ideais para a proliferação de vários vírus transmitidos por vias respiratórias. Incluindo gripes e resfriados e também a transmissão da Covid-19.

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. | Foto: Pixabay

“Nos dias frios, as pessoas preferem ficar em ambientes fechados. É o que acontece nos ônibus, por exemplo. Ninguém quer andar com a janela aberta para evitar o frio. Isso faz com que várias pessoas respirem o mesmo ar, aumentando o risco de contágio de vários tipos de vírus pelas vias respiratórias, entre eles a Covid-19”, explica o médico infectologista Arilson Morimoto, de Londrina.

Outro fator preocupante apontado por ele durante o outono é o clima seco. “As tosses e espirros comuns neste período aumentam o número de gotículas contaminadas por vírus no ar. E como as mucosas do nariz e do olho já ficam mais ressecadas por conta do clima o risco de contágio é bem maior”, esclarece.

Os dias mais frios também podem comprometer os hábitos de higiene, conforme observa o médico. “Com a temperatura da água estando fria, o número de vezes que a pessoa lava as mãos tende a diminuir, aumentado o risco de contágio. O álcool gel é uma alternativa neste caso. Porém, como a pele costuma apresentar rachaduras por conta do clima seco, a tendência é deixar de lado o uso do álcool para evitar ardências na pele”, avalia.

A lavagem imediata de roupas usadas para sair à rua - hábito recomendado pelo Ministério da Saúde - também fica mais complicada nos dias frios, segundo Morimoto. “O ideal é lavar a roupa imediatamente ao chegar em casa ou deixá-la exposta ao sol por cerca de 8 horas. Porém, em nosso país, pessoas carentes têm apenas duas ou três blusas mais pesadas, o que torna inviável a lavagem constante. Ainda mais se considerar que se corre o risco de não secar de um dia para o outro”, diz.

Foco na prevenção

Entre as dicas do infectologista para evitar o contágio da Covid-19, o respeito à quarentena está em primeiro lugar. “A não ser que tenha que sair de casa para trabalhar, o maior número possível de pessoas deve optar pelo isolamento social. Vale lembrar que a quarentena não evita a pandemia, mas ajuda a conter um possível colapso nos hospitais. Aumentando, dessa forma, a chance de sobreviver de quem estiver contaminada e precisar de UTI”, destaca.

Morimoto enfatiza que o uso de máscaras é imprescindível para quem precisa sair de casa. “Estudos indicam que as máscaras produzidas com tecido em dupla camada reduz de 65% a 80% o risco de contágio”, ressalta ao recomendar também a vacina contra a gripe. “Ao tomar a vacina a pessoa fica imunizada contra vários tipos de vírus gripais e isso ajuda a manter a imunidade alta”, orienta.

Outro conselho do médico é ter bom senso na hora de procurar atendimento nas unidades básicas de saúde e hospitais. “Tem gente que acaba deixando para buscar ajuda muito tarde e outras pessoas que nem precisavam de médico a acaba tomando o lugar de quem realmente necessita. Como é difícil chegar a essa conclusão, o ideal é buscar orientação pelo telefone antes de sair de casa”, aconselhou o médico ao citar o “Disque-Coronavírus”.

O serviço disponibilizado pela prefeitura de Londrina oferece esclarecimentos sobre a Covid-19 pelo telefone 0800 400 1234. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. A atividade que está ligada à Vigilância Municipal de Saúde conta com uma equipe de quatro enfermeiros trabalhando em cada turno. A ligação é gratuita.