Às 17 horas, horário de Brasília. Conforme agendada em todo o Brasil, a Manifestação "Fora Bolsonaro" foi realizada em Londrina na Concha Acústica, referência de intervenções culturais e políticas. Organizada por um comitê unificado e convocada nacionalmente pelas entidades nacionais estudantis (UNE, UBES e ANPG), pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, o ato é considerado um Dia Nacional de Mobilizações pela saída do poder do presidente Jair Fora Bolsonaro - e teve como principais demandas o futuro do SUS (Sistema Único de Saúde); manutenção do Auxílio Emergencial de 600 reais até o fim da pandemia; e por mais responsabilidade do governo federal frente à vacina da contra a Covid-19.

De acordo com a Polícia Militar, o ato reuniu cerca de mil pessoas no local
De acordo com a Polícia Militar, o ato reuniu cerca de mil pessoas no local | Foto: Walkiria Vieira

Na véspera do Vestibular, a candidata ao curso de Fisioterapia da UEL- Universidade Estadual de Londrina, Ana Luiza Rodrigues Gonçalves, 17 anos, marcou sua presença no evento. "Entendo que é importante eu cumprir o meu papel como cidadã e demonstrar o meu descontentamento", disse.

Para outros tantos que chegaram, a data não poderia passar em branco e um dos motivos é o fato de o Brasil ter ultrapassado a marca de 450 mil mortes, mais de 16 milhões de casos de COVID-19 e ameaça de onda ainda pior de agravamento da pandemia. O bombeiro civil desempregado, Luiz Vidoto, 24 anos, considera que o ato seja uma representação de descontentamento e um caminho para a mudança. "A coisas só mudam quando começamos, já era para todo brasileiro estar vacinado e é preciso tirar esse genocida do poder", pensa.

Ato também clamou pela vacinação em massa
Ato também clamou pela vacinação em massa | Foto: Walkiria Vieira

Estudante de Enfermagem, Bruna Fakhr, 21 anos, também se revolta com o número de mortos. "Estamos diante de um genocida. Precisamos de vacina, empregos, um olhar assertivo para a Educação". Além das pessoas em volta Fakhr soma ao manifesto 20 amigos pessoais. "É um momento delicado, de distanciamento, mas temos que nos unir e protestar não só por hoje, mas pelo futuro", afirma.

Do ponto de vista da psicóloga Márcia Sel, 48 anos, existe uma depressão coletiva em nosso País. "Há muita coisa engasgada, é um luto constante e diante da incapacidade de mobilidade, as pessoas estão adoecendo também mentalmente, tão grande é a insegurança. É como se não tivéssemos mais uma saída, uma solução para tantos problemas", declara.

Psicóloga Márcia Sel e professor Frederico  Fernandes Garcia: "É uma depressão coletiva"
Psicóloga Márcia Sel e professor Frederico Fernandes Garcia: "É uma depressão coletiva" | Foto: Walkiria Vieira

Guarda Municipal e Policia Militar estiveram no local. De acordo com o tenente da Polícia Militar Bruno Franceschet, nenhuma parte da organização fez ofício com pedido de apoio ao ato. "A manifestação é livre desde que não venha a ferir outros direitos constitucionais. "Não viemos para coibir a manifestação, mas para garantir a segurança, os direitos e os anseios dos cidadãos presentes", reforça.

Atualizada às 19h14.