São Paulo, 30 (AE) - O mercado mundial de refrigerantes, onde o sabor cola está perdendo terreno, é o verdadeiro interesse da fusão entre Antarctica e Brahma, e justamente o temor da Coca-Cola, na avaliação do consultor Marco Antonio Pinto de Faria, da Skill Consultores.
"O guaraná é o único refrigerante com potencial mundial", diz Faria. O medo da Coca-Cola, segundo ele, não é perder terreno no mercado brasileiro de cerveja, mas ter o guaraná nas mãos do concorrente Pepsi.
Somando os mercados brasileiros de cerveja e refrigerante, Coca-Cola e Kaiser têm 40% das vendas, enquando Ambev tem 44% incluindo todas as marcas. Com a venda da Bavaria, deve ficar com menos de 40%. "Na verdade essa é a briga do refrigerante."
A pesquisa AC Nielsen mostra que, no bimestre outubro/novembro de 99 a Coca-Cola tinha 50,6% do mercado de refrigerantes, enquanto Antarctica tinha 9,7%, Brahma, 3,8%, Pepsi-Cola, 4% e as outras marcas, tinham 31,7% das vendas.
A aprovação da fusão permitiu a consolidação do acordo da Antarctica com a Pepsi, que vai lançar o guaraná em 175 países. A meta da Pepsi é conquistar 1% do mercado mundial de refrigerantes em quatro ou cinco. Este mercado hoje está estimado em US$ 70 bilhões. Segundo a empresa, a produção anual do guaraná alcança hoje 800 milhões de litros, volume que o coloca entre os 15 mais vendidos do mundo.