O debate em torno da construção de uma penitenciária para até 800 detentos tem colocado moradores, proprietários de terras e empresários em um verdadeiro estado de guerra contra o Poder Executivo de Ribeirão do Pinhal (Norte Pioneiro). Enquanto o prefeito e seis dos nove vereadores defendem que a construção da unidade será responsável por gerar novas receitas e empregos à cidade, moradores temem que rebeliões coloquem em risco a segurança dos cerca de 13 mil habitantes. Além disso, que a vinda da unidade também faça despencar o preço de seus imóveis.

As discussões tiveram início em maio, quando do envio de um projeto de lei à Câmara de Vereadores que autorizava o Poder Executivo a doar um terreno de 48 mil metros quadrados ao governo do Paraná. A área está localizada a cinco quilômetros do centro da cidade e faz divisa com ao menos três propriedades rurais. Em pauta, oito vereadores votaram favoravelmente ao PL. No entanto, dois afirmaram que foram contra a doação do terreno, porém não tiveram os votos registrados corretamente.

Um deles foi o vereador Carioca da Farmácia (PMN). Para ele, a ampla maioria da população é contra a construção da penitenciária. Ele disse à reportagem que morou em duas localidades, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, próximas a instituições penais, o que o levou a desenvolver a opinião contrária. “Sei como que é, é rebelião, tiro. Fui contra e vou até o fim, mas respeito a opinião dos meus colegas”, afirmou.

Já Norma Dutra (Republicanos), quarta mais votada na cidade, disse que fez uma pesquisa informal com seus eleitores e concluiu que 80% são contra. “A cidade é pequena e sempre fui a favor de outras coisas para Ribeirão do Pinhal, como indústrias”, exemplificou.

Em seu terceiro mandato como prefeito, o médico Dartagnan Calixto Fraiz (DEM) negou as acusações sobre falta de transparência feitas à reportagem e disse respeitar as opiniões contrárias. Para ele, a unidade demandará a abertura de nova Vara Criminal, aumento no efetivo policial e na contratação de 160 agentes carcerários que poderão residir no município. "Acredito que é algo realmente importante para a cidade”, avaliou.

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