SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Incluídas na primeira fase do plano de flexibilização da quarentena em São Paulo, as concessionárias de veículos esperam receber nesta quarta-feira (3) a autorização da prefeitura para reabrirem as lojas na capital, segundo informou a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

À Folha o presidente da federação, Alarico Assumpção, disse que os protocolos de prevenção à Covid-19 foram enviados ao governo municipal na segunda-feira (1) e todas as lojas associadas estariam prontos para iniciar o atendimento imediamtamente.

"Assim que eles autorizarem, em cinco minutos nós estamos prontos para abrir com todo o rigor necessário na questão sanitária", afirmou Assumpção.

As orientações que constam no protocolo enviado à Prefeitura também está disponíveis no site da entidade.

Apesar de salientar que concessionárias não costumam gerar aglomerações, a Fenabrave recomenda que as lojas tenham ambientes bem ventilados, alcool em gel e lenço descartável de papel disponíveis na recepção e em todas as mesas, principalmente as de atendimento público.

O documento estabelece uso obrigatório de máscaras de proteção respiratória para colaboradores e clientes.

As lojas também precisam ter cartazes com os procedimentos de segurança e saúde sanitárias adotados pela empresa.

Ao receber clientes, os funcionários não devem cumprimentar as pessoas com aperto de mãos, abraços ou beijos. Esses gestos devem ser substituídos por acenos à distância e cumprimentos verbais.

As lojas devem se encarregar de cobrir áreas de manuseio dos veículos de test drive, como volante, câmbio, alavanca de sinalização, etc, com uma película protetora descartável. Além disso, devem usar película protetora nos bancos ou higienizá-los a cada uso, assim como vidros e maçanetas.

A entidade também recomenda que as concessionárias adotem o sistema de home office para as pessoas acima de 60 anos de idade ou que tenham comorbidades.

De acordo com o presidente da Fenabrave, o setor aguarda com ansiedade por essa reabertura uma vez que houve uma queda de 35,64% nas vendas de veículos de janeiro a maio de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. No ano passada, 1.602.524 unidades foram vendidas, contra 1.031.324 este ano.

Na comparação entre abril e maio deste ano, contudo, houve um crescimento de 11,97% no setor de distribuição de veículos, como automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros.

Além da abertura das lojas, Assumpção diz que, para o reaquecimento do mercado, o setor conta com o programa lançado pelo governo federal nesta terça (2), que permite o uso do FGI (Fundo Garantidor para Investimentos) do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a concessão de crédito.

"Como a grande maioria das concessionárias são de médio e pequeno porte, o ponto principal para elas é a liquidez. Então, com esse dinheiro chegando na ponta, dentro de 15 a 20 dias, vai ter naturalmente um fôlego para que possamos gerar negócios e manter empregos", afirmou.

O chamado Programa Emergencial de Acesso a Crédito foi lançado nesta terça-feira (2), em medida provisória publicada no Diário Oficial da União.O programa é destinado a empresas que tenham registrado em 2019 receita bruta entre R$ 360 mil e R$ 300 milhões.

O objetivo, de acordo com a MP, é "facilitar o acesso a crédito por meio da disponibilização de garantias e de preservar empresas de pequeno e de médio porte diante dos impactos econômicos decorrentes da pandemia de coronavírus, para a proteção de empregos e da renda".