Diante da realidade alarmante da dengue em todo o Paraná, as autarquias e órgãos do governo do Estado com sedes na Região Norte criaram um comitê intersetorial regional de combate à dengue. A reunião, que ocorreu na tarde de quinta-feira (23), no auditório da 17ª Regional de Saúde, em Londrina, reuniu representantes do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), Sanepar, Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná), Núcleo de Educação, entre outros.

Número de casos suspeitos de dengue na região de Londrina está dobrando a cada semana
Número de casos suspeitos de dengue na região de Londrina está dobrando a cada semana | Foto: Cadu Rolim/Fotoarena/Folhapress

“Com este comitê, os chefes dos núcleos regionais, cada um na sua área, têm o compromisso de apresentar um plano de trabalho a curto, médio e longo prazo, para que possamos cada vez mais fazer um trabalho intensivo no combate à dengue”, explicou Sandra Moya, chefe do Núcleo Regional da Casa Civil em Londrina. Um novo encontro foi programado para o dia 30 de janeiro, quando os apontamentos deverão ser apresentados para formação de um plano regional.

A 17ª Regional de Saúde reúne 21 cidades e, segundo a chefe Lúcia Lopes, existe a possibilidade de todas as localidades declararem estado de epidemia. “Hoje, com o resultado do LIRAa (Levantamento Rápido de Índice do Aedes aegypti), se considerar todos os casos suspeitos, confirmados, investigação de quatro óbitos, é uma posição alarmante. Os municípios que não estão (em epidemia) têm grande chance de entrar”, alertou.

Boletim divulgado nesta semana pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) mostrou que Florestópolis, que faz parte da Região Metropolitana de Londrina, já está em situação epidêmica. Análise da Regional de Saúde, a partir de dados preliminares, identificou que Lupionópolis também está com epidemia da doença.

CENÁRIO

Lopes afirmou o número de casos suspeitos está dobrando a cada semana, o que dificulta até uma previsão do que vai acontecer. “Nós temos um cenário bastante assustador. Temos criadouros e casos suspeitos em todos os municípios (da Regional). Hoje tenho um município em epidemia, isso significa que tenho uma maior probabilidade de ter a doença neste lugar, mas não quer dizer que a pessoa não possa pegar a doença em outro município da região, infelizmente”, reconheceu.

Foi reforçando, recentemente, em reuniões com gestores e técnicos da área da saúde o protocolo de hidratação no atendimento. Ao receber um paciente com qualquer sintoma de dengue, a instituição de saúde precisa, imediatamente, aplicar a hidratação endovenosa. Posteriormente, a pessoa deve passar por avaliação clínica, com a realização dos exames necessários, e voltar todos os dias à unidade, até que melhore.

SOROTIPOS

Atualmente, estão em circulação três sorotipos de dengue no Estado: um, dois e quatro. “A pessoa pode ter dengue quatro vezes e a cada uma tem uma chance maior de agravamento. Já tivemos epidemias em outras épocas, a mais recente com grande incidência do sorotipo dois”, ressaltou a chefe da 17ª Regional de Saúde.