Comércio contribui com faturamento em dezembro de 99
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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2000
São Paulo, 10 (AE) - O faturamento das micro e pequenas empresas (MPEs) da região metropolitana de São Paulo, em dezembro de 1999, aumentou 4,4% em relação ao mês anterior. O aumento foi puxado pelo comércio que registrou um incremento de 13,3% em comparação com novembro de 1999. A indústria teve queda de 5,2% no faturamento ante o mês anterior. O setor de serviços desse segmento também ficou negativo em 2,9%.
O faturamento médio das MPEs em dezembro do ano passado em comparação com 1998 teve variação negativa de 6,1%. O destaque positivo do mês ficou por conta da elevação do faturamento do comércio. O resultado foi 3,3% superior a dezembro do ano retrasado, segundo dados da Pesquisa de Conjuntura das Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo (Pecompe) realizada pelo Sebrae-SP com cerca de 2.200 MPEs.
Apesar da melhora nos últimos dois meses do ano passado, no acumulado do ano, o faturamento das MPEs encontra-se num nível negativo de 10,9% inferior ao mesmo período de 1998. O resultado é reflexo direto do fraco desempenho da economia no ano de 1999, como revela a pesquisa.
Ocupação - O nível de ocupação de pessoal nas micro de São Paulo, em dezembro de 1999, ficou 0,2% ante o mês anterior. No acumulado do ano, o índice de pessoal ocupado registrou taxa de -0,6% em relação ao acumulado de 1998. Nos gastos com salários, a Pecompe apresenta variação de 5,9% em relação a novembro/99. Na comparação com a média de 1998, em 1999 houve uma redução de -2,1%.
Tendências - Segundo a pesquisa, as MPEs paulistas deverão apresentar no primeiro semestre de 2000 um desempenho superior ao verificado no mesmo período no ano passado. A previsão para o mercado de câmbio favorece às exportações, com a cotação do dólar devendo voltar a se aproximar, até o final do ano, na casa de R$2/US$. Também não haverá uma queda muito significativa dos juros básicos (medido pela taxa Selic), informa a Pecompe.
Em 2000 deverá haver um recuo da taxa que serve de referência para as operações de crédito dos bancos comerciais, dos atuais 19% ao ano para um patamar próximo dos 17% anuais.
Segundo o gerente do departamento de Pesquisas Econômicas do Sebrae-SP, Marco Aurélio Bedê, este patamar de juros na taxa Selic ainda é elevado, afetando em especial as MPEs que possuem dívidas de curto prazo como em operações de capital de giro e cheque especial.
"Neste contexto, a gestão de custos das empresas é fundamental, em relação ao dispêndio com juros e pessoal e, também , à utilização de alguns insumos, cujos preços mostram perspectiva de elevação significativa neste ano", comenta Bedê. Entre esses aumentos, o gerente cita os combustíveis, mercadorias importadas, insumos nacionais cujo preço estão atrelados ao dólar, energia elétrica, commodities agrícolas (café) e metálicas (alumínio e aço).
Segundo a Pecompe, no que se refere à recuperação econômica - em curso desde o final de 1999 - os investimentos, liderados por setores como energia, telecomunicações, construção
siderurgia, química e papel tendem a ganhar um pouco mais de fôlego.
De acordo com a Pecompe, também espera-se uma reação nas exportações de celulose, petroquímicos, semimanufaturados de ferro e aço, açúcar, soja, minério de ferro e de bens duráveis como automóveis, aparelhos eletrônicos e seus insumos. "Estes segmentos não têm presença significativa com as MPEs mas poderão interagir com os setores citados, sendo, por exemplo, fornecedores de insumos", disse Bedê.