SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Mesmo sem a confirmação de quando a Prefeitura de São Paulo poderá autorizar a reabertura de alguns estabelecimentos, após autorização anunciada pelo governo estadual na quarta-feira (27), alguns comerciantes já se antecipam à decisão limpando suas lojas e preparando-se para uma eventual retomada nos negócios.

Por volta das 13h desta sexta-feira (29), cinco trabalhadores de uma autoescola limpavam a fachada do estabelecimento e também cadeiras, dispostas na calçada do comércio, na avenida Cupecê, região de Cidade Ademar (zona sul).

O empresário Gabriel Aparecido, 23 anos, ajudava na faxina, durante a qual explicou que irá deixar seu estabelecimento já pronto para uma eventual possibilidade de reabertura, mesmo que o ramo dele não conste ainda entre os anunciados pela gestão Bruno Covas (PSDB).

Com as portas fechadas desde 20 de março, Aparecido admitiu estar ansioso para voltar à rotina de trabalho. "Já instalamos uma pia com torneira para clientes lavarem as mãos logo na entrada, e também já higienizamos nossa frota de veículos, além de criar um sistema para manter os carros sempre limpos", garantiu.

Aparecido administra três autoescolas na zona sul, todas fechadas desde o início da pandemia da Covid-19, e nas quais trabalham cerca de 40 funcionários. Ele afirma não ter demitido nenhum colaborador durante a pandemia. "Usei quase todas minhas reservas [de dinheiro]. Quando puder voltar a trabalhar, acredito que vamos recuperar o que perdemos [em decorrência da quarentena] em uns seis meses", estimou.

Na mesma avenida, a vendedora Fátima dos Santos, que se negou a informar a idade, descansava em frente à loja de roupas em que trabalha e onde havia acabado de fazer uma faxina. "O prefeito [Bruno Covas] falou que vai reabrir os comércios. Então, já estamos preparando o terreno para voltar a trabalhar."

Ela acrescentou que, neste fim de semana, sua patroa iria comprar roupas, de moda outono-inverno, para abastecer o estoque do comércio.

Reabertura não ocorre no dia 1º, diz a prefeitura A Prefeitura de São Paulo começa a receber na segunda-feira (1º) protocolos enviados por associações ligadas a comerciantes, para avaliar a possibilidade da reabertura gradual de estabelecimentos na cidade.

Segundo o governo municipal, neste momento serão analisadas as propostas de estabelecimentos ligados aos setores imobiliário, concessionárias, escritórios, comércios e shoppings. A quarentena, acrescentou a prefeitura, segue normalmente na cidade, sendo permitida apenas a abertura dos estabelecimentos considerados essenciais até o momento.

"Nada na cidade reabre a partir do dia 1° de junho. Nesta data, nós passamos a receber os protocolos setoriais considerados mínimos já acordados com o Governo do Estado de São Paulo", afirmou o prefeito Bruno Covas, durante entrevista coletiva, nesta sexta, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado.

O tucano acrescentou que os protocolos determinam condutas como o distanciamento social, higiene, a orientação necessária para os clientes sobre medidas de prevenção, horários alternativos de funcionamento, possibilidade de agendamento para atendimentos, além de questões de fiscalização.