Começa disputa pela prefeitura de Paris Do correspondente REALI JÚNIOR
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sábado, 19 de fevereiro de 2000
Paris, 20 (AE) - Depois da presidência da república e da chefia do governo, o cargo eletivo mais cobiçado na França é o de prefeito de Paris. Jacques Chirac antes de ser presidente foi prefeito da cidade durante muitos anos. Por isso, a um ano das eleições municipais os partidos mobilizam-se para escolher seus candidatos, convencidos de que o atual prefeito, Jean Tiberi, sucessor de Chirac, cuja administração foi marcada por uma série de escândalos, não tem a menor possibilidade de ser reeleito.
A batalha por Paris por enquanto se situa no interior dos dois principais partidos franceses, o Socialista e a Reunião pela República (gaullista).
Entre os socialistas, o nome de Jack Lang, ex-ministro da Cultura do presidente François Mitterrand, preferido do eleitorado de esquerda, normalmente deveria se impor, mas seu adversário, o conselheiro municipal Bertrand Delanoé, tem o apoio de dois terços dos militantes socialistas parisienses. Se não bastasse essa preferência, soma-se também a do primeiro-ministro Lionel Jospin, que desde que assumiu o poder tem procurado neutralizar todas as ambições de Lang - cujo prestígio não se limita à França, mas atravessa fronteiras por sua militância em favor dos direitos humanos e das minorias.
Lang está voltando de Huntsville (Texas), onde foi manifestar-se contra a execução do condenado Odell Barnes. Apressou-se a participar de uma manifestação contra a ascensão da extrema direita na áustria.
Campeão das passeatas, Lang é uma personalidade onipresente nas ruas e alamedas de Paris, nas emissoras de televisão e rádio, militando pelos direitos dos homossexuais ou defendendo a causa dos imigrantes discriminados.
Mas Lang não conta com a boa vontade de Jospin, que não perdoa sua atitude quando era integrante do grupo mais próximo de Mitterrand e não esconde seu desprezo pelo atual primeiro-ministro.
Também entre os gaullistas a disputa se situa nos bastidores, entre Tiberi - que, apesar de todas as denúncias, ainda insiste com sua candidatura - e Philippe Séguin, ex-presidente da RPR. Sem anunciar que é candidato, Séguin procura voltar à cena política na expectativa de que seja chamado para evitar uma derrota inevitável com Tiberi.