Combate à fome é tema de concurso da PM neste domingo em Londrina e outras 27 cidades

Depois de ter sido adiado em razão do avanço da Covid-19 no Paraná, o concurso da PMPR (Polícia Militar do Paraná) foi realizado neste domingo (13) em 28 cidades do estado. Segundo o Núcleo de Concursos da UFPR (Universidade Federal do Paraná) foram registrados 155,7 mil inscritos para as duas mil vagas ofertadas para o cargo de policial militar e 400 para o de bombeiro militar. Das 2,4 mil vagas ofertadas, 270 são para a região de Londrina.

Em todo o Paraná, 379 locais de prova foram utilizados. Além de serem obrigados a usar máscaras durante toda a prova, os candidatos tiveram a temperatura medida na entrada.

Em Londrina, candidatos ouvidos pela reportagem afirmaram que as medidas sanitárias para evitar a propagação da Covid-19 foram colocadas em prática corretamente dentro das salas. De acordo com a Analista de Licitações, Kátia Lisboa, 31, todos os inscritos cumpriram as medidas sanitárias no local em que realizou a prova, uma universidade particular na avenida Juscelino Kubitschek. Ela também percebeu que ao menos seis candidatos, dentre 18 em sua sala de prova, deixaram de comparecer. “Achei que foi perfeito nesta condição. Em relação à pandemia não afetou em nada. Acredito que a tendência é seja assim mesmo, inclusive pelo conforto e concentração do candidato, acho que manter a distância quando está uma mesa atrás da outra acaba dificultando um pouco a concentração. Esse distanciamento ajudou um pouco também”, avaliou.

O vigilante Jeferson Soares, 29, sempre trabalhou na área de segurança e também prestou o concurso neste domingo. Além de ter concluído o curso de Gestão em Segurança Pública e Privada, serviu o Exército Brasileiro por dois anos e acredita ter “vocação” para atuar na Polícia Militar, contou. “É um sonho de querer ser”, disse, embora também tenha concordado que a estabilidade no cargo e a boa remuneração são atrativos para seguir a carreira. “Não só a estabilidade e a remuneração, é a vocação também, parece que você já nasce assim”, disse.

REDAÇÃO

Outra surpresa para os candidatos foi o tema cobrado na prova de redação: o combate ao desperdício e o incentivo à doação de alimentos para o consumo humano como estratégias de erradicação da fome no Brasil. Soares comenta que o tema foi acertadamente escolhido já que muitos desconhecem a gravidade do problema da fome no Brasil. Ele também avaliou que a erradicação da fome e da miséria é um caminho importante para a redução dos índices de violência. “Gera uma dignidade para quem mais precisa, é um apoio e é um primeiro passo, às vezes, para diminuir a criminalidade como naqueles crimes menores, que o pessoal acaba praticando por questão da fome mesmo”, avaliou.

Filha e irmã de policiais militares, Júlia Ketley Paraguay, 19, também afirmou ter ficado surpresa com o tema. “Achei que fosse mais relacionado à pandemia, porque eu fiz a UEL (Universidade Estadual de Londrina) também e foi mais relacionado. Me surpreendeu, foi difícil falar sobre isso, não é um tema que tenho muito conhecimento”, avaliou.

Outro jovem em busca de se tornar policial militar era o cambeense Mateus Gabriel Ruiz, 19. Ele contou que o cargo na PMPR poderá ser o primeiro passo para a realização de um sonho ainda maior: tornar-se policial federal. Quanto à prova redação, avaliou que se saiu bem. “Eu enfatizei principalmente na questão da desigualdade, enquanto uns têm de mais, outros de menos, o querer ajudar, enfatizei sobre os projetos e igrejas que ajudam. Também tenho bastante fé, creio em Deus e se for para ser, vai ser”, disse.

Além da redação, a prova deste domingo era formada por 60 questões objetivas de disciplinas como Geografia, História, Matemática e Língua Portuguesa, além de Informática e o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Os aprovados seguem para etapas também eliminatórias, como o Exame de Capacidade Física, Sanidade Física, Avaliação Psicológica e Investigação Social.