A Academia Paranaense de Medicina renovou em abril três de suas cadeiras de membros titulares, entre eles, o urologista Horácio Alvarenga Moreira, natural de Ribeirão do Pinhal, no Norte Pioneiro, mas que construiu sua carreira em Londrina.

Moreira ocupa a cadeira 21 que pertenceu a outro médico de Londrina, o cirurgião cardíaco Francisco Gregori Júnior, que agora se tornou membro emérito da academia. Ele é professor dos cursos de medicina da UEL (Universidade Estadual de Londrina), instituição onde cursou graduação e residência em urologia, e também na PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Londrina.

Tem no currículo grandes realizações em Londrina, entre elas, em 1995, montou e chefiou o Serviço de Urologia do Hospital do Câncer e criou o serviço de cirurgia robótica da Santa Casa, do qual é o coordenador.

Moreira se orgulha de ser o primeiro urologista londrinense a ocupar um lugar na Academia Paranaense de Medicina. Na instituição que nasceu em 17 de outubro de 1978, ele pretende levar uma bandeira que considera importante dentro da área da saúde, que é o debate sobre a multiplicação das faculdades de medicina no Brasil.

Segundo o professor, o país tem mais escolas para formação de médicos do que países bem mais populosos, como China e Índia. “São mais de 370 (cursos de medicina) funcionando hoje no Brasil”, afirma. “Será que essas escolas que estão abertas têm condição de funcionar? Isso precisa ser discutido”.

Outra bandeira de Moreira na academia é aumentar a participação de médicos do interior do Paraná na instituição. Ele lembra que embora a maioria dos profissionais esteja no interior, a maior parte dos acadêmicos são da capital, Curitiba. O urologista acredita que a tecnologia permite, hoje, que algumas atividades desenvolvidas pela Academia Paranaense possam ser levadas para os médicos que moram fora da sede do governo estadual.

Horácio Alvarenga Moreira, Rubens de Fraga Junior e Henrique de Lacerda Suplicy: estudo da história e  das ciências médicas
Horácio Alvarenga Moreira, Rubens de Fraga Junior e Henrique de Lacerda Suplicy: estudo da história e das ciências médicas | Foto: Divulgação

GERIATRA

Outro estreante na Academia Paranaense de Medicina é o geriatra Rubens de Fraga Junior, que também ocupou a cadeira de número 20, em abril. Representante da especialidade médica dedicada à saúde e ao bem-estar de pessoas idosas, o curitibano chega com uma grande preocupação sobre a humanização da prática da medicina, mas a principal bandeira é levar para a academia o debate sobre a saúde digital.

Há quase dois anos, Fraga Junior é professor da recém criada disciplina sobre saúde digital na Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná. “As DCNs (Diretrizes Curriculares Nacionais) de medicina estão passando por uma atualização, com previsão de 10% da carga horária dedicada a tecnologias como telemedicina e robótica”, explica, e diz que é preciso “trazer debates como o uso responsável e ético da inteligência artificial na medicina atual”.

O geriatra destacou que ocupar uma cadeira na entidade simboliza mais que reconhecimento pessoal, mas “um compromisso ético com a história e os valores fundamentais da medicina”.

O presidente da Academia, Henrique de Lacerda Suplicy, explicou que a entidade conta com 60 acadêmicos, sendo 50 de Curitiba e 10 do interior. Segundo ele, o objetivo da Academia é cultivar o estudo das ciências médicas, a ética, a bioética e a história da medicina.

mockup