As ondas de calor intenso estão de volta. Nesta quarta-feira (25), a temperatura chegou a atingir durante a tarde 38,2°C em Londrina, o dia mais quente do ano segundo o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento do Paraná). As temperaturas altas e a umidade do ar, que está na casa dos 15%, levantam o alerta para cuidados com a saúde.

Meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib explica que o calorão deve seguir até esta quinta-feira (26) em Londrina, com máximas previstas também para a casa dos 38°C. Já na sexta-feira (27), a chegada de uma frente fria vai fazer com que as máximas e as mínimas fiquem mais amenas, variando dos 13° até 30°C durante a tarde, inclusive com a possibilidade de chuvas em alguns pontos e nebulosidade. Apesar disso, o calor deve retornar já nos primeiros dias de outubro.

Para outubro, ele adianta que a chuva deve retornar com mais intensidade a partir da segunda quinzena do mês, que deve ter uma precipitação superior a 170 milímetros, quase o dobro do registrado em setembro. Com isso, o meteorologista afirma que as temperaturas vão seguir amenas, sem previsão de novas ondas de calor intenso.

Com a falta de chuva e o calor, a umidade do ar registrada em Londrina durante a tarde, período mais quente, está por volta de 15%, o que é crítico e muito abaixo do recomendado, que é entre 50% e 60%. Até mesmo durante a madrugada, a umidade do ar não passou dos 40%. A melhora na qualidade do ar deve vir só a partir de sexta, com a chegada da frente fria.

SOMBRA E ÁGUA FRESCA

Diretora do Departamento de Pneumologia da AML (Associação Médica de Londrina), Ana Muzio explica que, neste momento, vários problemas estão associados, como o calor intenso, a baixa umidade do ar e o excesso de poluição, principalmente por causa das queimadas. Ela aponta que o calor, por exemplo, pode levar a quadros de desidratação, com sintomas como queda de pressão, dor de cabeça e mal-estar, agravados pela baixa umidade do ar.

O calor, segundo ela, pode fazer com que o coração trabalhe de maneira mais intensa para manter a temperatura corporal, o que pode levar ou agravar doenças cardíacas, como arritmias, e até mesmo afetar a circulação, contribuindo para a formação de coágulos sanguíneos.

No Dia Mundial do Pulmão, celebrado nesta quarta-feira (25), a pneumologista explica que o calor, a baixa umidade do ar e a poluição podem afetar quadros alérgicos ou favorecer doenças respiratórias, como a rinite, bronquite, pneumonia, asma, e levar também a casos de câncer de pulmão.

A recomendação geral é a ingestão de pelo menos dois litros de água, sendo que a quantidade pode variar conforme o peso corporal. Alimentos leves e sucos também são opções para manter a hidratação do corpo. Além disso, lavar as narinas pode auxiliar a reduzir os sintomas alérgicos e respiratórios.

Outro risco durante as ondas de calor é o choque térmico, em que o corpo enfrenta uma mudança brusca de temperatura. Como o uso do ar-condicionado é muito comum nessas épocas, a médica alerta que é recomendado manter a temperatura do equipamento na casa dos 23°C e 24°C e, se possível, evitar sair na rua nos horários mais quentes do dia, entre 10h e 17h.

Além disso, como o ar-condicionado ajuda a retirar a umidade do ambiente, Ana Muzio orienta que é importante manter também um aparelho umidificador ligado, já que ele vai ajudar a devolver as gotículas de água. Apesar de menos eficiente, um balde com água e uma toalha também podem minimizar a baixa umidade de um ambiente.