Rio de Janeiro - Com dificuldades para avançar na coleta de dados, o Censo Demográfico 2022 contou 104,4 milhões de pessoas no Brasil em dois meses de entrevistas, indica balanço divulgado nesta segunda-feira (3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número foi contabilizado de 1º de agosto, primeiro dia da operação, até domingo (2).

Dados divulgados pelo IBGE em 2010, ano do Censo mais recente, sinalizam que aquele levantamento estava em velocidade mais avançada do que o atual
Dados divulgados pelo IBGE em 2010, ano do Censo mais recente, sinalizam que aquele levantamento estava em velocidade mais avançada do que o atual | Foto: Roberto Custódio

Equivale a menos da metade da população que o órgão planeja recensear no país (cerca de 215 milhões). Com isso, o IBGE passou a estimar o fim da coleta para o início de dezembro. Inicialmente, a previsão era encerrar o processo em outubro.

"A operação está atrasada. A gente imaginava fechar o Censo em outubro", afirmou o diretor de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo.

Segundo ele, o compromisso de entregar os primeiros resultados da pesquisa segue mantido para o final deste ano. O IBGE reconheceu que está enfrentando dificuldades relativas à falta de pessoal para atuar como recenseador em determinados locais. Em todo o país, o órgão conta com 95,4 mil recenseadores em ação, somente 52,2% do total de vagas disponíveis.

O estado com maior déficit é o Mato Grosso, com 36,8% do número de vagas ocupadas. Já Sergipe está com 68,8% dos postos preenchidos.

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Da população já contada (104,4 milhões), 42% estava na região Sudeste, 27% no Nordeste, 14,3% no Sul, 8,9% no Norte e 7,8% no Centro-Oeste. Até o momento, a parcela de mulheres era de 52%, e a dos homens, de 48%.

"Esse total de pessoas entrevistadas corresponde a 49% da população estimada do país", afirmou o gerente técnico do Censo, Luciano Duarte.

Dados divulgados pelo órgão em 2010, ano do Censo mais recente, sinalizam que aquele levantamento estava em velocidade mais avançada do que o atual. De 1º de agosto a 27 de setembro de 2010 (menos de dois meses), a coleta já havia alcançado 80% da população estimada no país.

"Estamos pensando em novas estratégias e alternativas de recrutamento, a fim de alavancar e melhorar a produtividade nos estados com menor percentual de população recenseada", disse Duarte.

Em 2022, o instituto é alvo de queixas de recenseadores desde o início das entrevistas. A categoria, contratada de maneira temporária, reclama da demora na liberação de pagamentos e de valores abaixo dos esperados. Os recenseadores são responsáveis pela aplicação dos questionários.

O Censo costuma ser realizado de dez em dez anos. As informações apuradas pelo IBGE servem como base para políticas públicas e podem influenciar até decisões de investimento de empresas.

A nova pesquisa, inicialmente prevista para 2020, foi adiada por dois anos consecutivos. Os atrasos ocorreram em razão das restrições da pandemia, em 2020, e do corte de verba, em 2021, pelo governo federal.

Para a produção do Censo em 2022, o IBGE conta com um orçamento de cerca de R$ 2,3 bilhões. Inicialmente, as operações da nova edição haviam sido estimadas em mais de R$ 3 bilhões.

O valor diminuiu após revisões. Até agora, o instituto não manifestou necessidade de recomposição na verba.

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