A Cohab-Ld (Companhia de Habitação de Londrina) está requisitando servidores de outros setores da administração municipal para auxiliar no trabalho de regularização fundiária. A decisão vem após o cancelamento do teste seletivo que iria contratar 13 profissionais por meio de uma prova de titulação. O contrato de trabalho entre os aprovados e a companhia seria de um ano, existindo a possibilidade de renovação por mais um.

“A gente tem conversado com outras secretarias para ver se há uma possibilidade de ceder profissionais para que tenha uma compensação", destaca Sales
“A gente tem conversado com outras secretarias para ver se há uma possibilidade de ceder profissionais para que tenha uma compensação", destaca Sales | Foto: Jéssica Sabbadini

O edital para o processo seletivo de titulação foi publicado em fevereiro; em abril, o MP (Ministério Público) do Paraná orientou que o processo fosse substituído por um concurso público com questões objetivas. Após o posicionamento do MP, o processo foi suspenso e cancelado nesta terça-feira (11).

Edimilson Sales, diretor administrativo financeiro da Cohab, explica que, além da orientação do MP, muitas pessoas se interessaram em participar do processo, inclusive estagiários da Cohab, mas que não possuem experiência registrada em carteira, como é exigido em uma prova de títulos. Então, segundo ele, para que mais interessados pudessem participar, a gestão optou por realizar um novo processo seletivo por meio de uma prova objetiva.

Entretanto, para fazer esse novo processo seletivo, eles precisavam encerrar o atual, que teve cerca de 1.200 inscrições. Os inscritos poderão solicitar a devolução dos valores através do site da Cohab até o dia 31 de julho por meio de um formulário, que deve ser encaminhado para o email: [email protected].

Salles ressalta que a opção por um processo seletivo de titulação foi para trazer mais rapidez na contratação de funcionários. Segundo ele, a Cohab recebeu uma linha de crédito de cerca de R$ 25 milhões por meio do Funisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento), através do governo federal, para investir na regularização fundiária. O prazo para investir esse montante termina em agosto de 2024, o que motivou essa contratação emergencial. “A gente tem conversado com outras secretarias para ver se há uma possibilidade de ceder profissionais para que tenha uma compensação [de funcionários]. A equipe [da Cohab] já vem trabalhando até mais tarde e fazendo plantão aos sábados”, explica.

Mesmo com a possibilidade de um remanejamento de servidores, o processo seletivo não está descartado, já que a Cohab ainda aguarda o retorno das secretarias. “Caso a gente consiga atender ao menos de forma parcial, eu acho que perde um pouco o sentido [fazer um novo processo seletivo], principalmente por conta da velocidade, porque se você abre um processo agora, a gente está falando de contratações lá para dezembro e janeiro, sendo que o prazo é em agosto”, ressalta.

O promotor Ricardo Benvenhu, da 26ª Promotoria de Justiça de Londrina, ressalta que a recomendação feita pelo Ministério Público levou em conta o teste de titulação que foi proposto pela Cohab. Segundo ele, a prova de títulos violava critérios constitucionais na visão do MP, que é o da igualdade e da impessoalidade.

De acordo com o promotor, não cabe ao MP avaliar a suspensão do processo seletivo, mas que, se reaberto, ele deve obedecer a recomendação já feita. “Tem que ser feito um processo de seleção mediante a aplicação de prova, seja ela objetiva ou subjetiva, que fica a critério deles, mas tem que ser feita uma seleção criteriosa”, ressalta.

(Matéria atualizada às 17h15)