A Cohab-LD (Companhia de Habitação de Londrina) iniciou, nesta sexta-feira (10), a Campanha de Atualização de Cadastros. Todos os cidadãos cadastrados na companhia deverão atualizar seus dados, mas a campanha atenderá também quem vai fazer o cadastro pela primeira vez. O objetivo da Cohab com a ação é traçar um perfil da população que espera por uma unidade habitacional mais próximo da realidade e, assim, poder fazer um melhor planejamento das políticas habitacionais. A última atualização aconteceu em 2002.

Hoje, a Cohab tem 78 mil inscritos, mas a estimativa é que 55 mil estejam ativos. Com a atualização cadastral, dados como rendimento familiar, número de filhos e estado civil poderão ser alterados. O foco da companhia são os programas habitacionais do governo federal que devem ser lançados após a publicação, no próximo dia 14, da medida provisória que reeditará o programa Minha Casa Minha Vida. O município precisa saber exatamente quantos e quem são os cidadãos que estão na lista da Cohab para poder planejar futuros empreendimentos imobiliários.

Na última quarta-feira (8), o presidente da Cohab-LD, Bruno Ubiratan, reuniu-se em Brasília com o ministro das Cidades, Jader Filho, e ouviu do titular da pasta que a prioridade do governo federal será garantir moradia à população em situação de maior vulnerabilidade e que se enquadram na faixa de 0 a 1, correspondente a uma renda familiar de até R$ 1,8 mil. “Faz dez anos que não temos um programa para essa faixa”, comentou Ubiratan.

O presidente da Cohab destacou que nos últimos anos, Londrina foi contemplada com recursos do governo federal para a construção de unidades habitacionais que contaram com a contrapartida do município para a oferta de subsídios que possibilitaram aos beneficiados o pagamento de parcelas mensais de R$ 350 a R$ 450. A prefeitura também iniciou o programa de regularização fundiária, que tem levado infraestrutura básica e serviços a localidades cuja população vivia em condições precárias. Até o final de 2024, os moradores de 20 bairros receberão o título de propriedade. “Fomos nos reinventando”, disse Ubiratan.

Mas o presidente da companhia reconhece que a lacuna de uma década no lançamento de programas habitacionais agravou o problema das áreas irregulares. Hoje, a Cohab contabiliza 60 áreas de invasão no município, nas quais vivem cerca de quatro mil famílias.

A campanha de atualização cadastral será feita até dezembro, nas escolas municipais. A cada sexta-feira, uma equipe estará em um bairro da cidade. O cronograma será divulgado nas redes sociais e na página da Cohab na internet, mas também nas igrejas. Quem preferir, também poderá atualizar os dados diretamente na sede da companhia, na rua Pernambuco, 1002, no Centro, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h30. Informações podem ser obtidas pelo telefone (43) 3315-2233.

Para a atualização, é necessário levar os seguintes documentos: carteira de trabalho, título de eleitor, CPF, carteira de identidade (RG), certidão de nascimento dos dependente menores de 18 anos e uma conta de água ou de luz. Pessoas com deficiência devem apresentar atestado com CID, beneficiários do Bolsa Família devem levar o último extrato e a Carta de Concessão e no caso de aposentados ou previdenciários, o último extrato de pagamento do benefício. A atualização é obrigatória e com ela o cidadão terá garantida a participação nos programas habitacionais da Cohab. A intenção do município é manter a periodicidade de dois anos para as atualizações.

Para quem vai fazer o cadastro pela primeira vez, os requisitos são: ser maior de 18 anos, não ter escritura de moradia própria em seu nome, ter renda compatível com o valor do imóvel ofertado, não ter sido beneficiado anteriormente com um contrato da Cohab e não possuir restrição no SPC/Serasa.

Município espera solução para o Flores do Campo

Um dos maiores problemas habitacionais de Londrina, o Residencial Flores do Campo, na Gleba Primavera (zona norte), esteve na pauta da reunião entre o presidente da Cohab-LD, Bruno Ubiratan, e o ministro das Cidades, Jader Filho, na última quarta-feira (8).

O empreendimento executado dentro do programa federal Minha Casa Minha Vida em uma área pertencente à Caixa Econômica Federal. A ordem de serviço foi assinada em agosto de 2013 e a previsão de entrega oficial era janeiro de 2015. Mas a obra foi paralisada por várias vezes, a construtora faliu e a construção não foi concluída. Em outubro de 2016, o residencial foi ocupado. A Caixa move uma ação de reintegração de posse na Justiça. Cerca de 500 famílias vivem irregularmente no local.

“Agora, querem lançar um programa para acertar e retomar as obras inacabadas, como o Flores do Campo. A prioridade do ministro (Jader Filho) é retomar essas obras que ainda não foram concluídas. Esperamos uma solução. Não é possível se lançar muitos programas com obras inacabadas. A prioridade do ministro e do presidente é retomar essas obras, mas ainda não discutimos o modo que vai ser operado isso”, disse Ubiratan.(S.S.)

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