Um dos maiores problemas enfrentados pelos moradores, trabalhadores e pedestres que passam pelo Bosque Central de Londrina é o mau cheiro, ocasionado pela presença de uma população de aproximadamente 400 mil pombos, que tomam conta do espaço com fezes e outras matérias orgânicas. Diversas medidas já foram tomadas nos últimos anos - higienização, diminuição de árvores, iluminação especial – contudo, a população de aves não abandona o local. Na tentativa de acabar com o mau cheiro, a Prefeitura Municipal pretende utilizar um produto biotecnológico nas lavagens diárias.

O produto biológico, testado pela Sema, promete acabar com o mau cheiro por meio da degradação das fezes com micro-organismos
O produto biológico, testado pela Sema, promete acabar com o mau cheiro por meio da degradação das fezes com micro-organismos | Foto: Camila Rosa

A CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) abriu uma licitação para adquirir o produto, com valor máximo de R$ 89.660,00. Empresas interessadas têm até o dia 25 de novembro para enviarem as propostas à companhia municipal.

O produto biológico, testado pela Sema (Secretaria Municipal do Ambiente), promete acabar com o mau cheiro por meio da biorremediação, que degrada a matéria orgânica (fezes) com micro-organismos. “O produto se mostrou eficiente, e sobretudo, não acarreta riscos para os animais nem para as pessoas que frequentam o local”, ressalta José Roberto Behrend, secretário da Sema. Segundo ele, o produto é registrado na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e deve ser aplicado em quantidades diluídas.

ENROLAÇÃO

Claudio Müller, professor de botânica aposentado, frequenta o Bosque desde 1961 e acompanhou diversas mudanças ao longo dos anos. Ele costumava utilizar o espaço para coletar materiais, contudo a presença dos pombos não permitiu que continuasse. Segundo ele, o mau cheiro é um incômodo não só para as pessoas que passam pelo Bosque, mas também para consumidores dos vários estabelecimentos ao redor, como restaurantes e padarias. “Qualquer alternativa que não seja eliminar o número de pombos, é mera enrolação”, comenta, ao ser informado sobre o uso do produto para acabar com o mau cheiro.

O problema do Bosque com os pombos é uma reclamação antiga, diversos moradores e usuários já comentaram o fato de o espaço ficar inutilizável por conta do odor insuportável. Nem mesmo com as constantes limpezas não é possível retirar todas as fezes. "O mau cheiro incomoda muito, chega a impregnar em todo o ambiente daquela região”, comenta a estudante Thays Santini, que precisa fazer o caminho pelo Bosque para chegar em casa.

* Sob supervisão de Fernando Rocha Faro - Editor de Geral