Na manhã deste domingo (31), clientes lotaram o Mercado Municipal Shangri-lá em busca de produtos para a ceia e para o almoço de Ano Novo. O arroz com lentilha, a carne de porco e até mesmo a comida japonesa não podem faltar na última refeição de 2023 e na primeira de 2024 para muitas famílias. Para quem fica responsável por produzir os alimentos das ceias das famílias, a preparação começou bem antes.

Proprietário de uma tradicional casa de carnes no Mercado Shangri-lá há 38 anos, Milton Furuta explica que montar os kits para as comemorações de fim de ano já é uma tradição na loja, principalmente pelos clientes fiéis que fazem as encomendas com antecedência ou que acordam cedo para garantir a ceia.

Diferentemente do Natal, em que as aves são o carro-chefe, no Ano Novo a pedida é pela carne de porco. “É tradição [comer carne de porco no Ano Novo] porque as pessoas têm superstição em comer aves, então a encomenda é quase zero”, conta, complementando que a costela de boi e os cortes de carneiro também fazem sucesso. Segundo Furuta, cada cliente leva, em média, de quatro a cinco quilos de carne: “é bastante coisa”.

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Além dos pratos principais, também tem os acompanhamentos clássicos, como farofa, maionese e arroz à grega, com bastante uva passa. Em relação aos clientes, Furuta conta que a maioria faz a encomenda com antecedência, mas que também há quem procure de última hora, então eles já preparam quantidades a mais para atender a todos os fregueses. Já sobre o movimento, ele garante que a virada para 2024 está tão movimentada quanto de 2022 para 2023.

A aposentada Bernadete Toloczko, 75, já estava com várias sacolas em mãos no início da manhã deste domingo, garantindo a ceia de Ano Novo que vai passar com os amigos. Dentre as compras, ela conta que optou pelos uramakis, já que é amante da culinária japonesa independentemente da época do ano. Além disso, ela comprou mandioca e um tender para compor a mesa do almoço de Ano Novo. “Já é tradição porque aqui as coisas são gostosas e bem feitas”, afirmou.

Também com as mãos cheias de sacolas, Maria Cristina Matias, 70, contou que costuma cozinhar parte dos pratos para a ceia de Ano Novo, assim como comprar algumas coisas já prontas para que ela e o marido não precisem ficar muito dentro na cozinha. Dentre as compras, a professora aposentada já tinha garantido o frango assado e estava em busca de um espumante para brindar à chegada do Ano Novo, assim como frutas para compor a mesa.

Na família de Matias, o prato típico que não pode faltar no Ano Novo é o tradicional arroz com lentilha, que a família adora. “A gente vai fazer um churrasquinho também, mas não fazemos o jantar durante a passagem porque como tem criança [na família] a gente faz antes e na passagem a gente brinda com um bom champanhe ou espumante”, detalhou, explicando que a tradição começou com a mãe e passou para toda família.

Apesar de saber que a virada de ano é só um momento simbólico, já que os dias seguem normalmente, ela destacou que é um momento de reunir a família e desejar coisas boas para o novo ciclo que se inicia. Por fim, a aposentada também pontuou que o Ano Novo não é só sobre comida, mas também um momento para fazer a diferença na vida de outras pessoas, que é algo que ela costuma fazer através de algumas ações em prol da sociedade e das pessoas mais carentes. “O que a gente deseja é uma sociedade mais justa e igualitária”, afirmou.

Tomando conta da loja Empório Gastronômico, do irmão Alexandre Cândido, Patrícia Cândido de Lacerda explicou que eles montaram diversos pratos especiais para a época do ano, assim como kits de aperitivos para a ceia. Os doces são os mais vendidos para o Ano Novo, como o petit gateau e as frutas cristalizadas, que são uma das principais escolhas para presentear um familiar ou amigo.

Já em relação às entradas mais procuradas, estão a burrata, a mussarela de búfala e os patês e antepastos, sendo que são mais de 12 opções, como de alho, de azeitona, de ervas finas, de nozes e de figo com damasco ou com gorgonzola. Como acompanhamento, as crostatas e as torradinhas também estão entre os mais concorridos. Dentre as massas mais pedidas nessa época, estão as doces, que levam figos, queijo brie, pera ou damasco, assim como as carnes, principalmente a suína.

Lacerda disse que tem notado uma mudança de comportamento dos clientes no pós-pandemia. Segundo ela, as pessoas ainda prezam pela praticidade de comprar a maior parte dos alimentos da ceia já prontos, mas agora estão tendo mais consciência em relação ao consumo, já que a quantidade de produtos levados por cada cliente está menor. “Eu acho que eles se conscientizaram no consumo e buscam aquilo que estão precisando para aquele momento sem aquele volume de coisas”, explica.

Com cardápios disponibilizados com antecedência para que os clientes pudessem garantir os produtos sob encomenda, ela garante que muita gente ainda opta por comprar no dia e que, por isso, já deixam diversos pratos e kits disponíveis à pronta entrega. Além disso, uma novidade que ela notou neste ano foi pessoas que decidiram passar a virada em estâncias ou chácaras, mas optaram por levar todos os produtos da ceia já prontos em caixas térmicas.