Quito, 03 (AE-AP) - Cerca de 2 mil pessoas promoveram hoje (02) uma passeata pedindo a libertação dos militares que participaram na derrubada do presidente Jamil Mahuad.
A manifestação foi encabeçada por familiares dos militares e contou com a presença de grupos de estudantes, de organizações populares e da poderosa Confederação das Nacionalidades Indígenas (CONAIE).
A polícia dispersou com gás lacrimogêneo os manifestantes que tentavam chegar ao Congresso e ao Palácio do Governo. Não houve notícias de detidos.
Em 21 de janeiro, protestos indígenas realizados em Quito receberam o inesperado apoio de mais de uma centena de militares, culminando com o afastamento de Mahuad. Aqueles militares estão agora detidos e sob investigação da justiça militar.
"Pedimos a libertação imediata dos coronéis detidos", disse a jornalistas Janeth Gutiérrez, irmã do coronel Lucio Gutiérrez, o oficial que liderou os militares que apoiaram os indígenas.
"Não é justo, não merecemos repressão. Os familiares e o povo respaldam o movimento dos coronéis, porque foi um movimento cívico para combater a corrupção. Eles não são sediciosos", acrescentou.
O coronel da polícia nacional Fausto Terán, que também participou do amotinamento, foi detido ontem em Quito e submetido a um tribunal policial.
"Meu marido se encontra fisicamente bem, peço que tenha um julgamento justo, porque lutou pelos interesses do povo, pelo bem comum", disse Marlene de Terán, mulher do detido.