Depois de ao menos cinco prefeituras de cidades paranaenses, além do próprio governo do estado e da Frente Nacional de Prefeitos, chegou a vez do município de Londrina anunciar que vai assinar um protocolo de intenções com o Instituto Butantan para a compra de doses da vacina Coronavac. O imunizante contra a Covid-19 foi desenvolvido pela chinesa Sinovac e ainda não foi homologado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Imagem ilustrativa da imagem Cidades paranaenses se movimentam para garantir Coronavac
| Foto: Emerson Dias/N.Com

O posicionamento anunciado na manhã desta terça-feira (29) serve de alternativa caso o governo federal não abasteça estados e municípios, porém contrapõe o que havia sido informado no dia 14 de dezembro pelo prefeito, Marcelo Belinati (PP), de que a vacinação em Londrina seguiria o cronograma do Plano Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde.

A medida, no entanto, indica que o início da imunização pode estar cada dia mais próximo. Só para se ter uma ideia do atual cenário epidemiológico, no período entre os dois anúncios, 3.291 casos e 42 óbitos foram registrados em Londrina.

Até o momento, Curitiba, Maringá, Cascavel, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu já anunciaram suas tratativas com o Instituto Butantan. Enquanto Cascavel solicitou 35 mil doses, Ponta Grossa assinou um convênio em que pede entre 60 mil e 100 mil do imunizante. No caso de Foz do Iguaçu não foi possível apurar a quantia. Já para Curitiba, o prefeito Rafael Greca (PSDB) anunciou que R$ 20 milhões serão investidos.

O acordo de intenção de compra de doses da Coronavac entre a Prefeitura de Maringá e o Butantan foi formalizado no dia 11 de dezembro. No entanto, o tema passou a ser tratado com mais cautela desde que o governo federal incluiu a Coronavac no Plano Nacional de Imunização. A Prefeitura de Maringá tem interesse em adquirir o imunizante, porém apenas depois que todas as formalidades forem concluídas, o que inclui barreiras jurídicas.

Procurada, a assessoria de imprensa do Instituto Butantan afirmou que não seria possível fazer um balanço regional de quantas cidades do Paraná já formalizaram protocolos de intenção até a tarde desta terça-feira, já que novos pedidos chegam a todo o momento. Entretanto, reafirmou uma data importante no caminho em que a Coronavac atravessa para chegar até aos brasileiros, o dia 7 de janeiro como o prazo para o anúncio da eficácia do imunizante.

A lista também conta com a Frente Nacional de Prefeitos, entidade presidida pelo prefeito de Campinas (SP), Jonas Donizette (PSB). Ele e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, assinaram o protocolo na semana passada visando ofertar a vacina às capitais e a cidades de médio porte. Segundo a entidade, a iniciativa poderá beneficiar 386 municípios de até 80 mil habitantes, além das 26 capitais, que abrigam 61% da população brasileira.

Questionado na manhã desta terça-feira, o secretário municipal de saúde de Londrina, Felippe Machado, lembrou que cada pessoa precisa ser vacinada duas vezes e garantiu que a Prefeitura tem os recursos para adquirir o imunizante, porém não confirmou o número de doses e o valor a ser investido. “Só vamos comprar se ela for autenticada pela Anvisa e passar por todas as etapas burocráticas”, disse o secretário.

Machado também não estipulou uma data para o início da imunização, mas disse acreditar que em fevereiro o município já poderá receber as primeiras doses. "Não descartamos também outras vacinas que estão sendo desenvolvidas", destacou.

A alusão às outras vacinas foi feita no mesmo dia em que a Argentina deu início à vacinação com a Sputnik V, imunizante desenvolvido em um instituto de pesquisa russo do qual o Paraná deve ser o representante no Brasil a partir da autorização da Anvisa.

A Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) confirmou mais 3.998 novos casos de Covid-19 no Paraná. Os dados foram atualizados no boletim divulgado na tarde desta terça-feira. O total de infectados no Estado agora é 405.629 pessoas. A pasta registrou ainda mais 77 mortes em decorrência da infecção. Desde o início da pandemia, o número de óbitos no Paraná é de 7.748.

Londrina superou a marca de 21 mil casos confirmados da Covid-19. O número total de infectados no município é de 21.226. Foram confirmados também mais quatro óbitos causados pela infecção. O total de mortos no município desde o início da pandemia é de 429. (Colaborou Lucio Flávio Cruz)