A meteorologista Lídia Mota, do Simepar, afirmou que as tempestades severas foram observadas principalmente em três regiões do Paraná: oeste, centro e também toda a faixa norte do estado, com rajadas de vento forte em diversas regiões. “Houve alta incidência de descargas atmosféricas e indicativos de granizo, principalmente nas regiões das tempestades mais severas.” Em Cascavel os ventos chegaram a alcançar 97 quilômetros por hora (km/h) e as regiões de Cianorte e Maringá, que chegaram a registrar ventos de 100 km/h. “Além dos ventos fortes também foram observadas precipitações significativas, principalmente nessas regiões nas quais ocorreram as tempestades severas, com destaque para a região de Assis Chateaubriand com acumulado de 83,4 mm e as regiões de Maringá com 99,2 mm e Campo Mourão com 117 mm de precipitação acumulada.” Segundo ela, a perspectiva é de que o tempo comece a melhorar a partir desta segunda-feira (25).

Em Cascavel, 83 famílias tiveram  suas casas destelhadas ou danificadas.
Em Cascavel, 83 famílias tiveram suas casas destelhadas ou danificadas. | Foto: Divulgação/Prefeitura de Cascavel

Em Maringá foram mais de 500 chamados e a Prefeitura, por meio das secretarias de Limpeza Urbana e de Infraestrutura, com apoio da Defesa Civil e outras secretarias como Segurança Municipal e Mobilidade Urbana, trabalharam de forma intensa a fim de garantir o retorno à normalidade, lidando com a queda de árvores e destelhamentos. No caso das quedas de postes de energia elétrica foi preciso acionar as equipes da Copel. A Secretaria de Saúde mobilizou diversas equipes para realizar os atendimentos urgentes e conseguiu apoio de hospitais particulares que não tiveram queda de energia. Houve mudanças no sistema de trabalho do Samu, com disponibilidade de todas as ambulâncias, para que todos os atendimentos fossem realizados. Uma equipe da saúde também passou nos postos onde houve queda de energia para recolher vacinas e transportá-las para locais onde pudessem continuar refrigeradas.

Em Cascavel, segundo o coordenador da Defesa Civil, Márcio Ribeiro, 83 famílias que tiveram casas destelhadas ou danificadas parcial ou totalmente foram atendidas pela pasta. “Entregamos lonas para proteger os móveis e a área interna pela laje, mas as famílias solicitam telhas e isso só entregaremos no pós- vistoria.”, explicou. Segundo ele, quatro espaços públicos foram destelhados: a UPA Tancredo e a UPA Veneza, a UBS bairro Pacaembu e a PIC (Penitenciária Estadual de Cascavel). Outras cinco localidades atendidas ficam na área rural e o restante foram casas na área urbana distribuídas em 26 bairros atingidos na cidade. “”Montamos equipes de apoio com servidores da Defesa civil e do gabinete do prefeito, além de contarmos com o apoio de voluntários. Ainda temos bairros sem energia e sem internet, inclusive a sede da Defesa Civil ficou sem energia a noite toda. Ficamos de plantão até às 22 horas de sábado.”

Segundo ele, a média foi de 40 metros de lona entregue por pessoa que buscou ajuda na Defesa Civil. “Assim que o tempo estabilizar vamos ligar para pessoas que precisam de telhas de fibrocimento de 4 mm. A partir disso a Defesa Civil vai ao local para ver quantas telhas precisam. Telhas de barro, o município não fornece. Não tivemos relatos de danos em escolas e não houve transbordamento de rios. Foram mais de 40 árvores caídas e foi montada uma força-tarefa entre bombeiros e Secretaria Municipal de Meio Ambiente para fazer o corte e remoção.”

Mesmo que tenham recebido lonas, a Defesa Civil orienta os moradores a não subir nos telhados para fazer a instalação com o telhado molhado. “O telhado molhado é escorregadio e a telha molhada fica mais frágil e pode quebrar com o peso da pessoa. Para fazer essa manutenção tem que ser uma pessoa qualificada, caso contrário pode provocar acidentes.”, destacou.

Em Foz do Iguaçu, o temporal causou a queda de quase 100 árvores e dezenas de residências foram atendidas pela Defesa Civil; muitas ainda estão sem energia elétrica. A média de precipitação foi de 50 mm, com queda de granizo. A intensidade dos ventos chegou a quase 70 km/h - ainda mais forte do que o temporal do dia 13, que também causou estragos.

De acordo com a Defesa Civil do Município, dezenas de residências foram atendidas com lonas plásticas devido a danos nos telhados. Foram utilizados mais de 10 rolos de lona. Duas famílias precisaram ser levadas pelas equipes da Assistência Social à Casas de Apoio, pois tiveram suas residências alagadas.

Os bairros mais afetados foram Itaipu A, KLP, América, Porto Belo, Jardins Lancaster, Ipê e Universitário, Cidade Nova e Três Lagoas. Segundo o Guarda Municipal Vandro Cézar Arenhardt, Coordenador da Defesa Civil no município, também foi registrado um óbito em função do temporal ontem no período da noite, uma pessoa do sexo masculino de 43 anos sofreu uma descarga elétrica na sua residência no Bairro Cidade Nova. Foram utilizados mais de 10 rolos de lona. Muitas residências ainda sem energia. Média de 50 mm de precipitação até o momento com queda granizo. “Já tivemos outros vendavais idênticos em anos anteriores. Na Primavera é recorrente vendaval, granizo. No total podem chegar 600 residências, entre destelhamentos totais e parciais. Duas famílias removidas pela assistência social à abrigo (casa de apoio) pois tiveram suas residências alagadas.”