Comuns nessa época do ano, as tempestades de verão tiram o sossego de muitas pessoas, já que, além da chuva, o combo traz fortes rajadas de vento, raios, trovões e até granizo. Neste domingo (28), Londrina registrou uma dessas tempestades, que causou estragos em diversos pontos da cidade. De acordo com informações do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), a previsão é de que a chuva forte dê uma trégua na região nos próximos dias, retornando apenas no próximo fim de semana por conta de uma frente fria.

Reinaldo Kneib, meteorologista do Simepar, explica que essas tempestades de início de ano são normais, já que o verão é marcado por chuvas ao longo da tarde. Segundo ele, isso acontece por conta do calor das manhãs e da umidade presente na atmosfera, que causa esses temporais intensos, mas de curta duração (menos de uma hora).

Apesar do curto tempo, as tempestades trazem estragos, como no caso de Londrina, que enfrentou rajadas de vento de 62 quilômetros por hora no domingo. De acordo com a Defesa Civil, a cidade registrou pelo menos 23 quedas de árvore e um destelhamento, além de ter vias afetadas pelas enxurradas.

Segundo o meteorologista, pelo fato de a estação estar localizada na zona sul de Londrina, os aparelhos registraram 12 mm de precipitação, mas o acumulado de chuvas pode ter sido muito maior. Também na cidade, as rajadas de vento e a chuva forte fizeram com que parte do muro da Superintendência Regional da Receita Federal cedesse, no Parque das Indústrias, na zona leste.

Ele ressalta que, nos próximos dias, as tempestades de início ou final de tarde devem dar uma trégua em Londrina e região, sendo que podem ser registradas apenas as “chuvas de verão”, que são de baixa intensidade. Segundo ele, até sábado (3) o tempo deve permanecer mais seco e com temperaturas mais altas, chegando a casa dos 33° em relação às máximas. “Não vamos ter aquelas ondas de calor, isso já está descartado, porque sempre vai ter alguma nebulosidade na atmosfera impedindo que aqueça mais do que o normal”, detalha.

O retorno das tempestades deve ficar para o próximo fim de semana, quando o tempo volta a ficar úmido por conta da passagem de uma frente fria pelo Oceano Atlântico. “Ela [frente fria] passando próxima do Estado [do Paraná] já consegue induzir, por estar muito calor, algum temporal lá para domingo [4] ou segunda-feira [5]”, explica, complementando que a tempestade deve trazer o pacote completo, que é chuva forte, vento e raios.

Kneib reforça que a frente fria deve ser passageira e reduzir pouco as temperaturas máximas, que devem ficar por volta dos 26° até quarta-feira (7), e voltar gradativamente a subir no restante da semana.

CUIDADOS

Durante uma tempestade, alguns cuidados básicos devem ser tomados para garantir a segurança de todos. Reinaldo Kneib reforça que um dos mais importantes é em relação às árvores, já que não é aconselhado ficar embaixo delas por conta do risco de raios e de queda. Locais descampados, como campos de futebol, também não são seguros. O meteorologista explica que o ideal é se proteger em áreas com cobertura, como casas ou outras construções, mas complementa que os carros também são seguros durante uma tempestade.

Em caso de chuvas intensas, que causam enxurradas e alagamentos, a recomendação é nunca enfrentar a água, tanto a pé quanto de carro, mesmo que a pessoa já conheça aquela rua ou faça o mesmo trajeto todos os dias. “Se já choveu por algumas horas ou se foi uma chuva muito forte antes de a pessoa passar, pode ter algum buraco ou pode romper as bocas de lobo. Até mesmo a correnteza pode ser mais forte do que a pessoa acha”, reforça, complementando que o aconselhado é esperar até que a chuva e a correnteza diminuam.

Em relação aos raios, os carros também são ambientes seguros para se proteger, desde que a pessoa não toque nas partes metálicas do veículo. Já sobre os aparelhos eletrônicos, o ideal é retirá-los da tomada. Se não for, o aconselhado é não utilizar celulares ou outros aparelhos enquanto eles estiverem conectados na rede elétrica durante uma tempestade. “O sistema elétrico geralmente é aterrado, mas se for um raio muito forte ou um raio que incida numa residência pode percorrer a fiação elétrica [e causar uma descarga elétrica]”, finaliza.

COPEL

Em Londrina, o temporal deixou pelo menos 22 mil residências sem energia. Em nota, a Copel disse que, até a tarde desta segunda-feira (29), o fornecimento de energia já tinha sido restabelecido em 95% dos domicílios afetados, sendo que 946 permanecem com o serviço desligado.

Segundo a Copel, 25 postes foram danificados e 11 já foram trocados. “No final da tarde desta segunda, há 92 serviços emergenciais cadastrados na companhia. Cada serviço representa um ponto diferente da rede que precisa ser inspecionado e reparado”, finaliza.