São Paulo, 04 (AE) - A China deve manter seu crescimento econômico este ano em cerca de 7% e, graças aos sinais de melhor desempenho da balança comercial, poderá manter sua taxa de câmbio no nível atual, em 8,26 yuans por dólar.
As afirmações são do chairman da Comissão de Planejamento do Desenvolvimento chinês, Zeng Peiyan, que buscou afastar as especulações de que a China prepara uma desvalorização da moeda.
Em 1999, o PIB (Produto Interno Bruto) da China cresceu 7,1%, a menor taxa em nove anos. O superávit comercial do país superou US$ 30 bilhões, mas ficou abaixo do saldo de US$ 40,3 bilhões registrado em 1998.
Zeng não quis dar uma estimativa precisa para o crescimento em 2000, afirmando que o dado será aprovado em março, na sessão anual do Congresso do Povo. "Podemos atingir a taxa de crescimento de 1999, estamos confiantes que isso não será um problema", afirmou.
Para ajudar a estimular o crescimento econômico, a China vai continuar a investir pesado em infra-estrutura, em projetos como sistemas de transporte, irrigação e controle de enchentes, afirmou Zeng. No ano passado, o governo investiu mais de US$ 24 bilhões em projetos de infra-estrutura.
Zeng afirmou que a tendência deflacionária que atinge a China desde o fim de 1997 está arrefecendo e que deverá haver um equilíbrio nos indicadores de preços até o fim deste ano.
Ele reconheceu, no entanto, que parar o declínio dos preços é difícil por causa do excedente de oferta de muitos produtos industriais e agrícolas.
O problema é maior nas áreas rurais, onde a baixa renda ajuda a pressionar os preços para baixo. A renda per capita disponível em áreas urbanas em 1999 ficou em 5.859 yuans (US$ 709), enquanto a renda per capita rural permaneceu em 2.200 yuans (US$ 266), informam as agências internacionais.
Um comunicado divulgado durante a entrevista de Zeng reiterou que o governo vai manter a política de dar o mesmo tratamento das estatais às empresas privadas em termos de impostos, comércio, negociação em Bolsa e comércio. "Excetuando-se as áreas ligadas à segurança nacional e aos monopólios estatais, o capital privado poderá entrar em todos os demais setores", afirma a nota.