Chanceler iraniano diz estar pagando alto preço por visita à Grã-Bretanha
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segunda-feira, 10 de janeiro de 2000
Londres, 10 (AE-AP) - Em resposta aos protestos no Ocidente, o ministro de Relações Exteriores do Irã, Kamal Kharrazi, disse nesta segunda-feira (10) estar pagando um alto preço em casa por ter feito a primeira visita de um membro do gabinete iraniano à Grã-Bretanha desde a revolução islâmica de 1979.
Antes, cerca de 30 manifestantes atiraram ovos e pixaram a limousine de Kharrazi quando ele ia para uma reunião de 45 minutos com o primeiro-ministro britânico Tony Blair. Segundo a polícia, uma mulher cuja identidade não foi revelada foi presa sob acusação de danos criminosos.
O Conselho Nacional da Resistência no Irã, entre outros grupos dissidentes iranianos no exílio que perseguiram Kharrazi no início de sua visita de dois dias, informou que seus membros eram os responsáveis.
Manifestantes judeus realizaram uma vigília de duas horas nas proximidades da residência oficial de Blair, em Downing Street, para exigir a libertação de 13 judeus iranianos presos há um ano sob acusações de espionagem.
Em Bruxelas, tentando reafirmar sua autoridade, o italiano Romano Prodi, presidente da Comissão Européia (CE), assegurou hoje que não precisa pedir permissão a ninguém para convidar o líder líbio, Muamar Khadafi, para visitar a instituição.
Khadafi telefonou para Prodi no ano-novo, sugerindo a visita e propondo uma melhoria de relações entre a Líbia e a União Européia - da qual a CE é órgão executivo. A idéia não foi bem recebida nos Estados Unidos e em alguns países da UE.