Como identificar, e como agir, durante um caso de morte súbita? O cardiologista e eletrofisiologista Leandro Zimerman, de São Paulo, explica que se a pessoa perdeu a consciência, se não está respirando e se não tem pulso, fatores verificados nesta ordem, considera-se parada cardíaca. ''Neste caso é melhor 'pecar' pelo excesso e agir'', afirma.
A primeira providência é buscar ajuda rapidamente, e se não há desfibrilador, iniciar a massagem cardíaca até a chegada do equipamento. ''A massagem cardíaca e a ventilação são extremamente importantes, mas o mais efetivo é o desfibrilador'', ressalta. O equipamento emite uma descarga elétrica em caso de parada cardíaca, fazendo o coração voltar a bater no ritmo adequado para bombear sangue. O desfibrilador também identifica se não há parada, e não emite o choque.
Sem circulação sanguínea e sem oxigenação, os minutos são preciosos, e significam a diferença entre sobreviver ou não. ''A partir de seis, sete minutos sem oxigênio no cérebro, os danos neurológicos são irreversíveis'', alerta Zimerman. Estimativas apontam que as chances de sobrevivência diminuem 10% a cada minuto que o paciente fica sem socorro.
Em Londrina, o projeto ''Tempo é Vida'', idealizado pelo cardiologista Manoel Canesin, promove o treinamento em suporte básico de vidas, em que as pessoas aprendem a prestar o primeiro atendimento em casos de infarto, acidente vascular cerebral, asfixia e outras ocorrências. Mais de 10 mil pessoas já foram treinadas.
Também está em vigor uma lei municipal que obriga a disponibilidade de um desfibrilador automático em locais de grande fluxo de pessoas e o treinamento para manuseá-lo e prestar o primeiro atendimento. O modelo é analisado pela Coordenadoria de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde para ser adotado em todo o país.(C.P.)