Moradores de São Sebastião da Amoreira, que fica a 66 km de Londrina, sentiram um tremor por volta do meio-dia na terça-feira (3). "Tenho um mini mercado e na hora estava trabalhando. Senti que começou a tremer alguns vidros. Na hora foi um susto, tremeu cerca de uns três segundos, acredito. Na hora até imaginei ser algum caminhão que estava carregado trafegando pelo local, mas o tremor foi bem forte, mas nunca imaginava ser terremoto", relatou Altieres Themoteo, dono do Mercado Osmar na cidade.

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. | Foto: Divulgação/Prefeitura de São Sebastião da Amoreira

O pintor Cristiano Matias de Almeida contou à reportagem que estava almoçando em casa quando sentiu o tremor. "Foi rápido, mas deu para sentir. Assustei na hora. Tremeu a janela e fez barulho. Imaginei que era alguma máquina pesada passando", afirmou. Rodolfo José Proença da Silva, dono da Mercearia Camargo, também estava almoçando na hora e afirmou que a cidade toda está comentando bastante. "Nunca senti aquilo na minha vida. Saímos na rua na hora para ver o que era", disse.

O Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo) confirmou o tremor de magnitude 2.9 na Escala Richter durante a tarde de terça. A reportagem conversou com o sismólogo Bruno Collaço na tarde desta quarta-feira (4) e ele esclareceu que trata-se de um tremor bastante fraco. "Dificilmente um tremor nessa escala causa algum dano, mas assusta mesmo assim. Afinal, os brasileiros não estão acostumados com isso. Mas tremores como esse são considerados comuns no Brasil", explicou.

O sismólogo apresentou que, pelo menos, dois tremores como esse são registrados por semana em todo o território nacional. "Quando acontece mais perto de uma cidade mais povoada, o pessoal costuma avisar o centro, pois quando acontece um pequeno como esse no Paraná o sistema não é capaz de registrar automaticamente. Por isso, é importante que as pessoas relatem em nosso site ou no aplicativo quando sentem algum tremor. Acima de 3.5 na Escala Richter já conseguimos registrar automaticamente", ressalta. Em relação à São Sebastião da Amoreira, mais de 10 relatos foram recebidos pela plataforma "Sentiu Aí?", segundo Collaço.

De acordo com o sismólogo, mais de 80 estações do Centro de Sismologia da USP estão espalhadas pelo Brasil todo. Uma delas está em Londrina. "Na cidade são registrados dezenas de tremores por dia. Em escalas de 2.0 ou menores de 2.0. Mas a conclusão foi que os tremores ativados em Londrina são por poços artesianos. O nome para esses fenômenos é 'sismo induzido'. No interior de São Paulo também são registrados tremores muito parecidos", ressaltou.

O tremor considerado mais forte em 2019 foi registrado em Delfinópolis (MG) em 20 de maio. "A magnitude foi de 3.9 na Escala Richter. Não chegou a causar danos, mas foi sentido até 200 km de distância. No entanto, caso um abalo forte tenha início perto de uma construção mais fraca, pode sim causar algum tipo de problema", ensinou.