A Central de Distribuição dos Correios, localizada na rua Bahia, área central de Londrina, interrompeu o funcionamento após um dos seus funcionários testar positivo para a Covid-19. A afirmação é do Secretário da Saúde e Bem-Estar do Trabalhador do Sintcom-PR (Sindicato dos Trabalhadores em empresas de Comunicações Postais, Telegráficas e Similares), Cristian Felipe Ratz Pires,. Segundo ele, a confirmação da contaminação do colega ocorreu na sexta-feira à noite, após o término do expediente.

Segundo ele, o contaminado é um carteiro. "Não sabemos se ele se infectou na rua ou na unidade do Correios. Lá na central trabalham 100 funcionários, dos quais quatro ficam fixos na unidade e os outros 96 vão para a rua fazer a distribuição. Mas a pessoa contaminada provavelmente entrou em contato com todos os demais, porque a triagem da carga é realizada pela manhã com todos juntos", apontou.

Pires afirmou que os Correios fornecem apenas o mínimo de equipamentos de proteção, como máscaras e álcool em gel, mas não há um monitoramento para averiguar se todos os funcionários estão utilizando esses EPIs (Equipamentos de proteção individual).

Pires informou que o funcionário que testou positivo para a Covid-19 deverá ficar 30 dias afastado e outras pessoas suspeitas ficarão 15 dias sem trabalhar, em isolamento social.

O diretor do sindicato relata que na quarta-feira (27) à noite os funcionários receberam um ofício que determinava a volta ao trabalho de todos os funcionários que convivem com pessoas do grupo de risco e pais com filhos em idade escolar. "Estamos entrando com ações na Justiça na semana que vem para reverter essa decisão, já que se deixarmos essas pessoas em casa desassistidas podemos incorrer no crime de abandono de incapaz. Essa decisão pode colocar os familiares em risco de serem contaminados", destacou.

Em nota, o Sintcom-PR repudiou o que afirma ser negligência com que toda a direção dos Correios vem tratando a questão da pandemia, com outras diversas entidades, inclusive de outros Estados. A Federação ( Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares) afirma estar acionando os meios legais para tentar garantir menor exposição e maior proteção a estes funcionários.

Pires informa que em casos semelhantes que ocorreram no Rio de Janeiro e em São Paulo a unidade ficou fechada até a empresa providenciar ações de higienização e desinfecção em todo o ambiente da unidade por produto químico, afastar todos os funcionários que entraram em contato com o carteiro infectado e reforçar a distribuição de EPIs entre todos os funcionários. As pessoas de residências e empresas que entraram em contato com carteiros da unidade também devem ser monitoradas e se auto isolarem por pelo menos 15 dias. Caso sintam algum sintoma devem procurar uma unidade de saúde especializada no atendimento à Covid-19.

DOBRO DO VOLUME

Pires relatou à Folha que neste período de pandemia o volume de encomendas pelo menos dobrou devido ao uso preferencial de comércio eletrônico em detrimento do presencial. "As outras empresas também têm priorizado mandar a carga pelo correio, inclusive transportadoras.”

Segundo Pires, outros quatro casos novos de contaminação por Covid-19 foram registrados no Norte do Paraná, mas o sindicato decidiu não divulgar o nome das cidades. "A exposição dos nomes das cidades pode gerar tumultos contra essas pessoas", justificou.