A comemoração de Corpus Christi em Londrina começou bem cedo, ainda na noite de quarta-feira (19), com a confecção dos tradicionais tapetes para enfeitar as ruas do entorno da Catedral Metropolitana. A atividade reuniu 500 pessoas e antes das 8 horas desta quinta-feira (20), tudo já estava pronto para receber a procissão do Santíssimo Sacramento, que aconteceu após a missa conduzida pelo arcebispo de Londrina, dom Geremias Steinmetz. A celebração lotou a catedral de fiéis.

“Essa, na minha opinião, é uma das festas mais bonitas da Igreja Católica. Somos lembrados sobre a importância da comunhão. Sinto muito forte a presença do Espírito Santo”, disse, emocionada, a professora aposentada Lourdes Maria da Cruz, que chegou bem cedo à catedral para admirar os tapetes. “Não tem coisa mais linda e humana do que saber partilhar. Esse é o verdadeiro sentido cristão.”

O advogado Plínio da Costa Macedo veio de São Paulo para passar o feriadão em Londrina na companhia de parentes e aproveitou a manhã de quinta-feira para celebrar a data cristã. “Se todos os cristãos realmente exercessem o cristianismo, colocando em prática o que Jesus nos ensinou, não haveria tanto sofrimento no mundo, tantas pessoas passando necessidades e enfrentando tantas carências. Se você tem dois e só precisa de um, dê esse a mais para quem não tem nada. Agora, se quiser ser ainda mais cristão, se você só tem um, fique com a metade e dê a outra parte a um irmão. Isso é comungar. Comungar não é só engolir a hóstia.”

Em seu sermão, o arcebispo falou sobre a diversidade: “Colocamos a vida das pessoas no centro, a vida das pessoas que tem tanta diversidade. É bonito ver a diversidade das pessoas.” Pregou também sobre a importância da união da sociedade, da inclusão e fez uma relação entre a parábola da multiplicação dos pães e o simbolismo da Eucaristia. “Enquanto o pão é o alimento que nos faz crescer, a Eucaristia é o alimento de quem precisa crescer na fé”, lembrou.

“A celebração de Corpus Christi é uma celebração já muito tradicional na Igreja por conta do mistério central da nossa fé, que é a Eucaristia, o pão e o vinho consagrados. Por outro lado, a maneira de celebrar a Eucaristia, o que ela significa, o pão e o vinho em si, tem um significado também para a sociedade como um todo. Hoje, o Evangelho vai mostrar isso um pouquinho. Como Jesus organizou, como Jesus sugeriu a organização das pessoas, a organização da própria sociedade, daqueles que estavam ali. A distribuição do pão, o cuidado de recolher o que sobrou para não jogar comida fora, todas essas são mensagens que podem ser colocadas tranquilamente para o mundo e para a sociedade de hoje”, destacou o arcebispo.

História

Duas cidades italianas disputam a origem da celebração de Corpus Christi, Orvieto e Viterbo. A comemoração, uma das mais antigas do catolicismo, remonta ao século 13 e foi instituída pelo papa Urbano IV para ser comemorada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, que ocorre no domingo posterior ao Pentecostes. “É uma festa da partilha belíssima. Estamos vindo da Páscoa, que é o tempo da ressurreição de Cristo, e agora temos a alegria da partilha do corpo e do sangue do Senhor”, explicou o pároco da Catedral Metropolitana de Londrina, Rafael Solano.

“Sempre me emociono com essa celebração que, para mim, tem como ponto alto a procissão que lembra a caminhada de Jesus por nós e entre nós. É uma festa linda, cheia de significado e que nos lembra do verdadeiro sentido de sermos cristãos”, disse a estudante Vanessa Mazotti.