Capacidade de refino da Petrobrás é inferior à necessidade do País
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quinta-feira, 06 de janeiro de 2000
por Milton F.da Rocha Filho
São Paulo, 6 (AE) - Um estudo desenvolvido pelo diretor do departamento de Energia da Federação das Indústrias do Estado
Luiz Gonzaga Bertelli, mostrou que a capacidade das refinarias da Petrobrás chega ao refino de 1,5 milhão de barris diários, quando a necessidade do Brasil é de 1,8 milhão de barris/dia.
Segundo Bertelli, este é um dos motivos pelos quais o País gastou em 99, cerca de US$ 6 bilhões com a importação de petróleo e derivados, "ampliando o déficit na balança comercial brasileira de US$ 1,292 bilhão". O diretor da Fiesp alertou que desde o final de 1998, o preço do óleo cru já subiu 150% no mercado externo. " Só de agosto de 99 até agora, o petróleo já foi majorado 23%, em dólar, sem qualquer repasse no mercado interno, o que deve ocorrer ainda este ano".
Os contratos futuros do petróleo voltaram a subir no final do ano passado e o barril está sendo negociado entre US$ 25 e US$ 26. A expectativa é de reajustes nos preços dos combustíveis, no primeiro trimestre de 2000. Assim "as empresas de distribuição terão de importar derivados ou participar dos investimentos da nossa estatal petrolífera, na ampliação da capacidade do refino".
Em agosto, com a entrada em vigor da liberação do mercado interno dos combustíveis será possível a livre importação de petróleo e derivados. A Agência Nacional do Petróleo (ANP), tem manifestado a intenção de eliminar o monopólio do refino da Petrobrás, bem como, dos dutos e transporte, segundo informou Bertelli. "Desta forma, os preços internos deverão refletir as variações do mercado internacional. A participação dos derivados do petróleo no consumo final de energia, em 99, foi de mais de 30%".