Candidato da oposição é eleito reitor da UTFPR

O professor Marcos Flávio de Oliveira Schiefler Filho, 53, candidato de oposição, venceu a eleição e para a reitoria da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná). Ele teve 51,14% dos votos válidos, superando o atual reitor, Luiz Alberto Pilatti, que ficou com 48,84%. A eleição foi feita totalmente em ambiente virtual, tanto a campanha como a própria votação, por conta da pandemia do novo coronavírus.

Com 28 anos de atuação no campus de Curitiba, Schiefler explica que pretende criar uma grande rede para transformar cada campus em um polo interno. "O aluno matriculado em um campus pode fazer matrícula em outro e enriquecer o seu currículo, pois sabemos também que cada unidade tem suas especificidades e diversidades locais e isso não pode ser uma fator limitante", afirmou.

Com 115 cursos superiores de graduação, a UTFPR está presente em 13 cidades - Curitiba, Londrina, Guarapuava, Francisco Beltrão, Pato Branco, Dois Vizinhos, Medianeira, Toledo, Santa Helena, Campo Mourão, Apucarana, Cornélio Procópio e Ponta Grossa. Tem 4 mil servidores e mais de 30 mil alunos. "Nosso orçamento anual passa de R$ 1 bilhão e sabemos que teremos pela frente um desafio muito grande. Devido à pandemia, tudo é uma incógnita, a economia está sofrendo e vamos fazer parcerias público-privadas, buscar alternativas de recursos, pois a legislação permite essa flexibilização", planeja.

O professor Ivan Carlos Vicentin, diretor de Relações Empresariais e Comunitárias do campus Curitiba da UTFPR, explicou que a campanha foi feita por meio de reuniões pela internet. "Se por uma perspectiva perdemos a pessoalidade que aconteceria sem a pandemia, com visitas pessoalmente aos 13 campi, por outra as reuniões virtuais permitiram uma maior abrangência de participação, pois a comunidade estava predominantemente em casa e isso permitiu que a participação nas reuniões fosse mais numerosas do que as reuniões presenciais."

As 39 urnas foram auditadas por um perito da Polícia Federal e um membro do Tribunal Regional Eleitoral para validar a apuração. A votação a distância foi possível graças a utilização de um software chamado Helios Voting. Todo o processo foi eletrônico. Cada eleitor recebia uma chave de acesso e uma senha gerada pelo sistema. No site, havia todo o procedimento de votação: escolha seu candidato, confirme, seu voto foi depositado com sucesso. Além disso o eleitor recebia a confirmação em seu pseudônimo para não ser identificado. Ao final os auditores fizeram cópias de segurança e guardaram as urnas para provar que não haveria fraude. Tudo se resumiu a um pen drive, em um envelope lacrado.

O Colégio Eleitoral publica o resultado nesta quarta (8) e só depois disso haverá uma reunião com o Conselho Universitário - órgão máximo, para então ser homologada a lista tríplice. Os nomes são enviados para o Ministério da Educação com os nomes homologados e a nomeação, que é a terceira etapa, sai em 8 e setembro.