Após o País registrar mais de 5.400 casos nos últimos meses, o governo federal pretende intensificar a imunização contra o sarampo por meio da campanha nacional de vacinação lançada nesta segunda-feira (7). Nesta primeira etapa, que vai até o dia 25 de outubro, o público-alvo são as crianças de seis meses a quatro anos e 29 dias. Seis mortes já foram registradas em decorrência do sarampo no País este ano, sendo quatro deles de crianças menores de um ano.

Imagem ilustrativa da imagem Campanha intensifica imunização para conter avanço do sarampo
| Foto: José Fernando Ogura/AEN

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Londrina conta com quase 35 mil crianças na faixa etária adequada para a imunização. No entanto, até a metade do mês de setembro, a cobertura vacinal estava em torno de 33%. Em seguida, é a vez dos jovens que têm entre 20 e 29 anos de idade, entre os dias 18 a 30 de novembro.

Na última quinta-feira (3), a Secretaria Municipal de Saúde divulgou que, dos 11 casos suspeitos na rede pública de saúde de Londrina, quatro foram descartados para a doença e sete continuam aguardando os resultados dos exames. Destes, apenas dois são crianças. Desde então a Secretaria Municipal não foi informada sobre novos casos suspeitos.

No entanto, os quatro casos descartados para sarampo foram diagnosticados com dengue. Dos sete que aguardam os resultados, três pessoas possuem vínculo com o Estado de São Paulo, que concentra 97% dos 5.404 casos confirmados de sarampo até o final de agosto. As outras quatro pessoas teriam participado de uma festa em Maringá.

Segundo a coordenadora de imunizações da Secretaria Municipal de Saúde, Sônia Fernandes, não existem contraindicações ou efeitos colaterais para quem recebe a vacina. “Somente casos em que um médico deixou claro que esta criança não pode ser vacinada não deve procurar o posto de saúde. Em geral, a resistência tem a ver com medo ou desinformação. Febre ou resfriado não guardam relação”, afirmou.

O sarampo é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus e transmitida pelo ar cujos principais sintomas na primeira infância são febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, coriza (nariz escorrendo ou entupido) e mal-estar intenso. Manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas podem ser percebidos a partir do terceiro dia do aparecimento dos sintomas mais comuns. Já em fase mais avançada, as crianças podem desenvolver pneumonia, encefalite aguda e otite podendo ocasionar na perda permanente da audição.

O sarampo voltou a ser alvo de preocupação dos brasileiros há cerca de dois anos, o que fez o Ministério de Saúde adquirir em 2019 mais de 65 milhões de doses da vacina. O objetivo é imunizar até o final de 2020 cerca de 20% da população, o que corresponde a 39 milhões de brasileiros.

Em Londrina, as doses podem ser encontradas em todas as 54 Unidades Básicas de Saúde.

TRÍPLICE VIRAL

Até a última quinta-feira, a Vacina Tríplice Viral, disponível para crianças maiores de seis meses e menores de um ano, havia sido aplicada em 48,8% do público-alvo - 2.529 crianças dentre 5.182. O medicamento protege contra o sarampo, caxumba e rubéola e, ao todo, 7.133 foram aplicados somente no mês de setembro em Londrina.

A Secretaria Municipal de Saúde deve divulgar no dia 24 de outubro os resultados de mais um Liraa (Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti), o principal estudo para nortear as ações de combate ao mosquito da dengue.

Neste ano, também até o dia 3 de outubro, 3.232 casos de dengue haviam sido confirmados em Londrina de um total de 13.948 notificações.