A primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo deste ano começa nesta segunda-feira (10) e vai até o dia 13 de março. A ação tem como público-alvo pessoas de cinco a 19 anos, mas, analisando os casos de sarampo no Paraná, a faixa etária de 20 a 29 anos é a mais acometida pela doença e, como forma de quebrar a transmissão do vírus, o Estado adota uma campanha com ações diferenciadas, e vacinará pessoas de cinco até 59 anos, para conter a transmissão do vírus no Estado.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o Paraná conta com 1,2 milhão de doses da vacina
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o Paraná conta com 1,2 milhão de doses da vacina | Foto: Paulo Lopes/BW press/Folhapress

“O Paraná fará a estratégia de vacinação indiscriminada, ou seja, todas as pessoas na faixa etária de 20 a 29 anos devem procurar as unidades de saúde nesse período de campanha”, explicou a chefe da Divisão de Vigilância do Programa de Imunização da Sesa, Vera Rita da Maia.

Para as demais idades, de cinco a 19 anos e dos 30 aos 59, a vacinação é seletiva. É necessário levar o comprovante vacinal para verificação do esquema, pela unidade de saúde, pois somente será imunizada a pessoa que nunca recebeu a dose ou que esteja com o esquema vacinal incompleto.

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O Paraná possui mais de 1,2 milhão de doses de vacina. O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, quer ampliar a cobertura vacinal do Estado, que hoje é de 90%, mas tem meta de 95% do público-alvo. O Paraná ficou 20 anos sem registro de casos confirmados de sarampo, até que houve uma confirmação em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, em agosto do ano passado.

O Estado tem 831 casos confirmados de sarampo, segundo o boletim da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), divulgado na quinta-feira (6), 23 a mais do que o boletim anterior. O município que apresenta mais confirmações é a capital, com 496. Ao todo Curitiba registrou 2.902 notificações; 1.653 casos estão sob investigação e 418 casos foram descartados.

Na área da 17ª Regional de Saúde de Londrina, que abrange 21 municípios, foram notificados 42 casos, dos quais nove foram confirmados, 20 foram descartados e 13 permanecem em investigação. Desse total 21 foram em Londrina, dos quais foram confirmados oito casos, descartados outros oito e cinco permanecem sob investigação.

O infectologista Daniel Kakitani destaca que é possível fazer a contenção do sarampo com a vacinação. “É uma doença que não respeita idade”, alertou. Segundo Kakitani, as grandes doenças que mataram as crianças nos últimos 50 anos só não mataram mais por causa de vacinas. Segundo o Ministério da Saúde, de 1977 ao ano 2000 o índice de letalidade passou de 2,7 óbitos a cada 100 mil habitantes no Brasil em 1977 para zero a cada 100 mil habitantes, o que demonstra que a doença estava controlada no País.

Somente agora a doença vem evoluindo de forma crescente. “Todas as doenças que hoje nós não vemos com grande frequência e que eram muito comuns não ocorrem mais como antes por causa da vacina”, apontou. “É no mínimo contraditório quem foi vacinado falar que não vai vacinar o filho”, acrescentou, se referindo ao movimento antivacina.