Camdessus sugere a criação de grupo alternativo ao G-7
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terça-feira, 01 de fevereiro de 2000
Nova York, 01 (AE-DOW JONES) - Próximo de deixar o FMI, instituição que dirige há 13 anos, Michel Camdessus aproveitou uma palestra em Nova York para expor suas propostas de reforma da economia mundial. Camdessus sugeriu a criação de um "Conselho de Segurança Econômico", como uma alternativa aos encontros dos líderes do G-7. O novo grupo seria composto por líderes de 30 das economias mais importantes do mundo, assim como os presidentes do FMI, Banco Mundial, ONU, Organização Mundial do Comércio e Organização Internacional do Trabalho.
Camdessus também disse que o FMI deveria ser formalmente reconhecido como uma fonte de empréstimo de último recurso e ser munido com a habilidade de imprimir uma moeda própria, para criar reservas monetárias que seriam utilizadas em empréstimos emergenciais durante momentos de extrema crise econômica global.
Camdessus defendeu ainda o engajamento da instituição em vária s atividades, com o objetivo de ajudar "cada país a gerar mais qualidade e crescimento". "O desafio é encontrar mecanismos de administração da economia mundial que não comprometam a soberania nacional dos governos, que aumentem as oportunidades para os mais pobres, que assegurem a estabilidade financeiro internacional mas que, também, ofereçam soluções aos problemas que agora transcendem as fronteiras dos países", disse Camdessus.
Para o diretor-geral do FMI, o G-7 tem feito muito pouco para fomentar a estabilidade e a progressiva evolução da economia global e de seus mercados. "Talvez um novo grupo de trabalho, como o Conselho de Segurança Econômico, tenha uma melhor chance", disse. "O problema criado pela falta de coerência em decisões que afetam todos os países do mundo tornou-se muito claro em Seattle, com o fracasso no lançamento da rodada 2000 das negociações mundiais", afirmou o diretor-geral.