Câmbio: depois da euforia, mercado espera realização
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terça-feira, 11 de janeiro de 2000
São Paulo, 11 (AE) - A euforia vivida ontem no mercado financeiro teria tudo para continuar. O noticiário é positivo - as preocupações com a alta dos juros americanos deram uma trégua
a fusão entre AOL e Warner Bross entusiasmou as bolsas, a inflação no Brasil dá sinais de controle e o risco de desentendimentos entre FHC e ACM na condução da convocação extraordinária parece ter sido superado. Mas profissionais consideram que, depois da forte alta da Bolsa de Nova York ontem
de 115 pontos, que puxou o Ibovespa para uma valorização de 4 37%, o dia tem as condições ideais para uma realização. Tanto é que, há pouco, o S&P registrava baixa de 0,37%.
O fato de haver indicadores econômicos norte-americanos a serem divulgados na quinta e sexta-feira aumentam as chances de que parte da alta do Dow Jones seja devolvido hoje, segundo profissionais. Operadores acreditam que, caso esse cenário se confirme, o dólar pode parar de cair. Há analistas que observam ainda que a moeda americana encerrou o dia de ontem a R$ 1,815, nível próximo do que pode ser considerado um ponto de resistência. Ontem quando a moeda atingiu esse nível, houve forte demanda para compra, o que impediu que a queda fosse mais forte. O que pode levar o câmbio a vencer esse piso psicológico é o fluxo cambial.
Os profissionais afirmam que houve ingressos de recursos nos últimos dias. Mas há volumes ainda maiores sendo esperados que não começaram a chegar. A grande questão é se eles virão, e quando. "O mercado está na expectativa por ingressos maiores do que os já vistos. Se isso se confirmar, a queda do dólar vai acontecer, mesmo com realização nas bolsas", diz um operador. Hoje, a Gazeta Mercantil informa que a Eletrobrás está estudando uma captação no exterior de US$ 300 milhões, que deve ser realizada ainda no primeiro trimestre.