Calor em Londrina divide opiniões e exige cuidados com a saúde

Se a escassez de chuva era uma preocupação até sábado (28), a boa notícia é que a chuva que começou a cair no domingo à noite em Londrina deve se estender ao longo da semana. Com isso, o calorzão, acompanhado do clima abafado, pode dar uma trégua.

Na última semana, o calor foi assunto na cidade. Os termômetros passaram dos 30 ºC, tendo chegado aos 36,1 ºC na segunda-feira (24), dia mais quente do ano.

Segundo o meteorologista do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), Reinaldo Kneib, as altas temperaturas marcadas recentemente estão dentro do esperado para a estação, sendo consideradas normais. "Se olhar a média histórica até agora, no dia 25, a gente está dentro do comportamento normal para a época do ano", afirma.

O QUE O LONDRINENSE PENSA?

A onda de calor dos últimos dias dividiu opiniões. Há quem goste das altas temperaturas, mas tem quem prefira um clima mais ameno. Entre os entrevistados na região central da cidade, houve um consenso: a maioria opta por uma meia-estação. "Nem muito, nem pouco. Uns 25ºC tá bom.", disse Gabrielle Cristina de Oliveira, de 35 anos.

Luiz Gustavo Sugaiama, de 35 anos, mostra de que lado está: "Eu sou do time que não gosta muito do calor, mas também não gosta muito do frio. Meio-termo. 25ºC." Para ele, calor é sinônimo de cansaço e desânimo. "A gente sua muito, então não gosto, gosto do calor só para praia", justifica.

"Eu gosto do calor, acho que a gente fica mais à vontade, temos mais opções para passear ao ar livre. Mas o friozinho é bom também. Acho que todas as estações são gostosas, na verdade", diz Roseli Silva, de 57 anos

Mas, quando perguntada sobre a sua estação preferida, não hesitou: "Outono, meia-estação". Para aliviar o calor nos dias mais quentes, Roseli brinca: "Se eu tivesse um ar-condicionado, ficaria nele."

SAÚDE

No verão, os cuidados com a saúde devem ser redobrados, para que o corpo não sofra os efeitos do calor excessivo. Por isso, é importante manter uma rotina saudável adotando algumas medidas, como manter-se hidratado, frequentar ambientes frescos, evitar exposição solar, excesso de álcool e atividades físicas intensas. A médica Victoria Abud Meyer, do Hospital Infantil Darcy Vargas, de São Paulo, recomenda aumentar o consumo de água, com uma média de 35ml por kg de peso por dia para evitar a desidratação. "Usar roupas leves, de tecidos como algodão e linho, pode amenizar o calor. Usar filtro solar todos os dias antes de sair de casa, inclusive reaplicar durante o dia é muito importante para prevenir o câncer de pele", sugere.

Ela afirma que, por serem grupos vulneráveis, bebês, crianças e idosos necessitam de uma atenção especial, porque tendem a ingerir menos líquido. "É frequente no verão as famosas viroses que cursam com diarreia e vômitos. É importante os responsáveis ficarem atentos aos sinais de boca seca, saliva espessa, fraldas sem urina por longos períodos e olhos fundos, sendo recomendada uma avaliação médica nestes casos", adverte.

De acordo com a médica, a desidratação, comum nos dias quentes, apresenta sinais como cefaleia, mal estar e tontura. "Altas temperaturas podem ressecar as mucosas (oral e nasal) e desencadear sintomas de rinite e sinusite. A conjuntiva dos olhos também, se ressecada, pode causar conjuntivite alérgica", explica. Além disso, o calor intenso favorece a proliferação de fungos em tecidos como a pele e unhas, visto que são regiões mais quentes e úmidas.

Com a mudança de alguns hábitos, é possível aproveitar o verão cuidando da saúde. Fique atento aos alertas que o corpo dá, referentes à insolação, desidratação e doenças de pele, e procure um médico, se precisar.

*Com a supervisão de Patricia Maria Alves