São Paulo, 06 (AE) - A produção industrial no Estado em 1999 foi 4,4% menor do que no ano anterior, segundo levantamento de conjuntura do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação das Indústrias do Estado de Estado de São Paulo (Fiesp). A mudança no regime cambial há um ano e a consequente instabilidade da economia provocaram forte retração da atividade industrial, que se foi recuperando durante o ano, mas em velocidade inferior à necessária para retomar o ritmo da produção do ano anterior, segundo o diretor do Depecon, Roberto Faldini.
O impacto da mudança no regime cambial foi forte a ponto de provocar uma retração na atividade da indústria de 10,6% no primeiro trimestre do ano passado. A recuperação foi lenta, mas constante, afirmou Faldini. No terceiro trimestre, a queda já era de 5,4%, posição que se inverteu no último trimestre, quando o ritmo da produção cresceu 5,7%.
O prognóstico dos técnicos da Fiesp é de manutenção desse processo de recuperação neste ano. A estimativa é de um crescimento de 17,3% nas atividades neste mês, em relação a janeiro de 1999. A recuperação já era observada em novembro, quando o valor real das vendas da indústria cresceu 9,5% em relação ao mesmo período do ano passado e 5,7% em relação a outubro.
Apesar do prognóstico otimista, os empresários do setor não acreditam em crescimento acelerado da atividade. Para eles, a queda da renda dos consumidores limita a expansão do mercado. Segundo levantamento do Depecon, a massa salarial recuou 7,1% no ano passado, até novembro.
A saída das empresas, segundo Faldini, serão as exportações, que já começam a ganhar volume e deverão deslanchar neste ano. A desvalorização cambial provocou transtornos à rotina das indústrias, mas deve ser interpretada como um grande impulso à produção. As empresas, segundo o diretor do Depecon, recuperaram a competitividade e agora se empenham em reconquistar o cliente estrangeiro que estava abandonado havia pelo menos nove anos.
Entre os setores com melhor desempenho no fim do ano passado e neste início de ano, Faldini apontou as indústrias de alimentação, papel e celulose e minerais não-metálicos. O pior resultado foi do setor de material de transporte, por causa da queda das vendas de veículos.