O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) resgatou, na noite de sábado (11), dez pessoas que ficaram ilhadas após uma cabeça d’água atingir o Rio do Nunes, em Antonina, no Litoral do estado. O grupo, formado por quatro homens e seis mulheres, praticava caiaque quando foi surpreendido pela súbita elevação do nível da água, um fenômeno comum em períodos de fortes chuvas.

A equipe do CBMPR foi acionada por volta das 18h e, imediatamente, mobilizou recursos especializados, como um bote inflável e equipamentos de salvamento aquático em correnteza. A operação contou com oito bombeiros diretamente envolvidos. A ação contou com o apoio da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec) de Antonina.

Segundo o comandante-geral do CBMPR, coronel Manoel Vasco de Figueiredo Junior, a operação exemplifica a dedicação e o preparo da corporação para enfrentar situações extremas. “Estamos prontos para agir com eficiência em qualquer emergência. O treinamento rigoroso e o uso de equipamentos adequados fazem a diferença para salvar vidas e garantir a segurança da população”, afirmou.

O comandante reforçou ainda a necessidade de precauções ao praticar atividades aquáticas, especialmente durante o verão. “É essencial verificar as condições climáticas, evitar acessar rios e cachoeiras após chuvas recentes e sempre avisar familiares ou amigos sobre o percurso planejado. Essas medidas podem ser decisivas para evitar acidentes e preservar vidas”, orientou.

SINAIS

A tenente Ana Paula, que atua pelo CBMPR no Verão Maior Paraná, dá outras orientações para quem vai se divertir em rios não ser surpreendido pela cabeça d´'agua, já que a ação é muito rápida. "Muitas vezes as pessoas pensam que o perigo só existe quando está chovendo no local em que elas estão. Só que se chover no começo, no pé da serra, a água vai descer e a possibilidade de ela surpreender quem está se banhando, pela velocidade, é grande", alerta.

Por isso, destaca a bombeira, é importante ficar atento aos sinais. O primeiro deles é a coloração da água. "Se a água do rio ou da cachoeira de repente ficar escura, barrenta, é um sinal de que a cabeça d'água está se aproximando", explica. "Outro sinal é se começam a surgir folhas e galhos na água. Isso também é indicativo de que o fluxo de água vai aumentar", conclui.

DEFESA CIVIL REFORÇA LITORAL

Parte da equipe da Defesa Civil Estadual foi deslocada para Pontal do Paraná neste começo de ano para prestar auxílio aos sete municípios do Litoral. A medida foi adotada como parte das atividades do Verão Maior Paraná.

A base móvel aprimora o sistema de monitoramento da região e acompanhamento das ocorrências por conta do grande volume de chuvas durante o verão. Em 2024 houve 22 registros de vendaval, chuvas intensas e alagamentos, e deste total 15 situações ocorreram nos três primeiros meses, sendo nove apenas em janeiro.

“Nessa época há um maior número de ocorrências no Litoral, por isso este ano trouxemos o nosso efetivo", destaca Ivan Ricardo Fernandes, coordenador executivo da Defesa Civil Estadual.

Ao todo, 14 pessoas trabalham na base. Eles monitoram as condições do tempo na região, em especial nos locais onde há maior concentração de público.

Quem gerencia esta rotina é o chefe do Centro Estadual de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cegerd), capitão Anderson Gomes. “O Simepar desenvolveu um sistema para que a gente possa fazer esse acompanhamento com precisão. Contamos também com o apoio de uma equipe de meteorologistas A ideia é que a gente possa acompanhar os momentos de maior movimento”, disse.

Com AEN