Washington, 20 (AE) - Se existe um fator que pesa nas próximas eleições presidenciais dos Estados Unidos, no momento em que o país vive um "boom econômico", é o caráter. Por isso, os pré-candidatos do Partido Republicano estão empenhados em mostrar que são homens de palavra e não mentem como o presidente Bill Clinton. Mas também começaram a atacar a honestidade de seus adversários, numa campanha considerada "negativa", que pode render votos ou ter o efeito contrário.
O senador John McCain, do Arizona, atribuiu sua derrota nas prévias da Carolina do Sul à campanha negativa do governador do Texas, George Bush. Mas muitos analistas políticos dizem que ele perdeu mais pontos quando resolveu contra-atacar. Apesar de prometer jogar limpo nas próximas prévias, McCain usou seu discurso de sábado à noite para lançar duras críticas a seu adversário.
Depois de congratular Bush pela vitória, McCain prometeu continuar lutando pela candidatura do Partido Republicano, sem recorrer a uma campanha negativa, porque "o povo americano precisa ser tratado com respeito". Mas em seguida, atacou indiretamente o governador do Texas, dizendo que quer conquistar a presidência dos EUA "da melhor maneira e não da pior forma" e que é um "verdadeiro" lutador. "Eu não só digo isso, eu vivo o que digo", numa clara referência à sua experiência na Guerra do Vietnã.
Os eleitores, continuou McCain, terão que escolher entre "experiência e fingimento" e entre "um histórico de reformas e um slogan vazio". Novamente atacava Bush, que iniciou sua vida política tarde e acaba de adotar o slogan de "reformista com resultados". (M.Y.)