São Paulo, 30 - A British Telecom está forçando de forma muito agressiva a sua saída da espanhola Airtel com o objetivo de tentar alcançar, o mais rápido possível, um acordo com a Telefónica, a maior empresa privada da Espanha. A operadora britânica quer acelerar a venda de 17,81% que tem na Airtel, informa hoje o jornal espanhol "ABC", que traz a notícia com destaque na sua primeira página. "Enquanto uma equipe da direção da BT negocia com a Vodafone em Londres uma solução que facilite a sua saída do capital da operadora espanhola, o seu presidente retomou as conversações com o presidente da Telefónica, Juan Villalonga, que haviam sido interrompidas em dezembro do ano passado, quando houve divergências na hora de definir quem presidiria o futuro gigante das telecomunicações", informa o destacado jornal espanhol.
Nos últimos três meses, no entanto, o cenário na área de telecomunicações no mundo mostrou significativas mudanças. A Telefónica, por exemplo, registrou uma destacada valorização de suas ações em bolsa, passando de US$ 73,7 bilhões para cerca de US$ 93 bilhões, e sua posição estratégica na América Latina como na Europa melhorou notavelmente, devido aos recentes acordos com o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, à aquisição da produtora holandesa de filmes Endemol e à agressiva oferta pública de aquisição de ações (OPA) de suas subsidiárias no Brasil, Argentina e Peru por um valor aproximado de US$ 21,8 bilhões.
Enquanto as duas negociações e conversações caminham de forma paralela, o Conselho de Administração da Airtel, que se reuniu ontem em Madri, comemorava os resultados obtidos no ano passado, quando o lucro líquido cresceu 780%, passando para US$ 152 milhões. O "ABC" informa também que a Telefónica desmentiu categoricamente a informação de que Juan Villalonga estaria demissionário. Ontem, as ações da operadora chegaram a cair mais de 2% em função desses rumores. Na mesma hora, em Barcelona, Villalonga afirmava que "tinha grandes planos para os próximos cinco anos". Ele anunciou que, nos próximos quatro anos, o grupo colocará em bolsa ações de 20 a 25 de suas subsidiárias e que, nos próximos três anos, a operadora retomará o pagamento de dividendos a seus acionistas.