O paranaense Jordi Vilsinski Beffa, a mineira Mary Hellen Coelho Silva e mais um brasileiro estão presos na Tailândia suspeita de tráfico internacional de drogas. Eles foram detidos ao desembarcar no aeroporto de Bangkok, na última segunda-feira (14), depois de sair do Brasil pelo aeroporto de Curitiba. A reportagem entrou em contato com a família de Beffa, que é de Apucarana e que informou que vai se pronunciar posteriormente sobre o caso.

O trio foi flagrado transportando 15,5 quilos de cocaína em três malas, avaliados em R$ 7 milhões. A família da jovem teme pela vida dela, já que no país asiático o crime de tráfico de drogas pode ser punido com pena de morte. "Ela tinha sonhos, planos. Não merece perder a vida assim. Tudo precisa ser investigado; a Mary nunca tinha saído do país", conta a irmã, Mariana Coelho, 27. As jovens são de Pouso Alegre, no Sul de Minas.

Mariana revela o medo da família de que a irmã seja condenada à pena máxima no país - punição que depende da avaliação do judiciário a depender da quantidade e das circunstâncias do crime- e que só soube da prisão no domingo (20).

LEI DURA, PAÍS POUCO FLEXÍVEL

A advogada de direito internacional Hanna Gomes explica que a Tailândia é um país com poucos tratados internacionais de cooperação jurídica, apesar de integrar a ONU (Organização das Nações Unidas) e ser subscritora da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Neste caso, e em outras ocorrências de brasileiros, o direito penal no país é aplicado a todos os fatos que venham a ocorrer ou ser consumados no seu território.

Para a especialista, ainda que avanços sejam reconhecidos no sentido de respeito aos direitos humanos e da própria sistemática jurídica internacional, punir estrangeiros, especialmente aqueles cujo país natal não prevê pena de morte, seria um atestado da falta de flexibilização das autoridades indonésias. "Caso o governo indonésio fosse mais flexível, o estrangeiro, após ser extraditado para seu país, poderia ser preso para cumprir a pena, e não haveria impunidade", opina.

ITAMARATY

Em nota, o Itamaraty, por meio da Embaixada em Bangkok, informou apenas que acompanha a situação e presta toda a assistência cabível aos brasileiros detidos na Tailândia, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local.(Com Folhapress)