São Paulo - O Brasil chegou, nesta quarta-feira (20), a mais de 50% da população com esquema vacinal completo contra a Covid. Ou seja, metade dos brasileiros tomou as duas doses da vacina ou o imunizante de dose única. Foram as 651.053 segundas doses registradas nesta quarta que levaram o país a passar dos 50%. Também foram notificadas 292.943 primeiras doses, 40.389 doses únicas e 116.585 doses de reforço.

O marco foi comemorado por especialistas, que aproveitaram o momento para enfatizar a importância da vacinação e do uso da máscara
O marco foi comemorado por especialistas, que aproveitaram o momento para enfatizar a importância da vacinação e do uso da máscara | Foto: José Fernando Ogura/AEN

Com as doses registradas, já são 152.325.559 brasileiros com a primeira dose. Ao todo, 106.874.272 já tomaram também a segunda ou a dose única, o equivalente a 50,1% da população. Vale, porém, destacar que a imunização só é considerada efetiva duas semanas após a aplicação da segunda dose.

O marco foi comemorado por especialistas, que aproveitaram o momento para enfatizar a importância da vacinação e do uso da máscara como equipamento de proteção pessoal. "Este marco é excepcional", diz o infectologista Jamal Suleiman, do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo. "O número mostra que o Brasil e seu povo confiam na vacina. Agora, precisamos que os outros 50% entendam a importância do imunizante. Além disso, o presidente Jair Bolsonaro precisa parar de falar que não precisamos receber a vacina."

Para Suleiman, é importante também o entendimento de que esse número ainda não é suficiente para sairmos da pandemia de maneira segura. Por isso, ele reforça, máscara e distanciamento social ainda são medidas fundamentais. "Demorou para atingirmos este marco, não podemos esquecer a história, é tudo muito recente e 600 mil vidas foram perdidas no caminho", lamentou.

Rosana Richtmann, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, também reitera que este momento não pode ser visto como o fim da epidemia. "Ainda temos um caminho pela frente, queremos atingir, ao menos, entre 80% e 85% da população completamente vacinada. A batalha está ganha, mas a guerra ainda não." Para isso, felizmente, está no "DNA dos brasileiros" "confiar na vacinação".

Enquanto essas marcas mais avançadas não chegam, Richtmann lembra ainda que as doses não impedem completamente que as pessoas se contaminem com a Covid-19 e a transmitam. Estudos já demonstram que os imunizados apresentam carga viral mais baixa, mas, mesmo assim, cuidados continuam necessários para não propagar o vírus. "Na primeira fase da pandemia, nossa pressa era mitigar o número de mortes e hospitalização. Agora, nosso objetivo é diminuir transmissão viral", ressaltou.

Há quase quatro meses, entre junho e o começo de julho, Chile (o primeiro da América do Sul, em 22 de junho), Reino Unido e Uruguai atingiram esse patamar de vacinação. Na segunda metade de julho e início de agosto, foi a vez de Portugal, Alemanha, Estados Unidos e França ultrapassarem a marca de metade da população imunizada. Gibraltar, em 14 de março deste ano, foi o primeiro no mundo a alcançar a marca de 50%. Na América do Sul, além de Chile e Uruguai (2 de julho), Equador e Argentina completaram a vacinação de metade da população em 8 de setembro e 3 de outubro, respectivamente.