O Brasil atingiu 2 milhões de casos confirmados de Covid-19 com as 43.829 novas infecções registradas nesta quinta-feira (16). Também foram documentadas 1.299 mortes, o que elevou o total de óbitos pelo novo coronavírus a 76.822. Até o momento, somente Brasil e Estados Unidos tiveram mais de 1 milhão de infectados pela doença. Os dados são do consórcio de imprensa da Covid-19.

Metrô lotado em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte
Metrô lotado em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte | Foto: Alex de Jesus/O Tempo/Folhapress

O Brasil tem uma taxa de cerca de 36,7 mortos por 100 mil habitantes. Os Estados Unidos, que têm o maior número absoluto de mortos, e o Reino Unido, ambos à frente do Brasil na pandemia (ou seja, começaram a sofrer com o problema antes), têm 42,3 e 68 mortos para cada 100 mil habitantes, respectivamente.

Para o médico infectologista e professor de Infectologia da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica) em Londrina, Daniel Hideo Kakitani, a informação de que 2 milhões de pessoas foram contaminadas pelo Covid-19 no Brasil, no entanto, não é “motivo de alarde”. "A gripe está presente desde que o homem existe, mas nesse caso é essencial que cada um cumpra sua parte e se proteja", alertou, sobre cuidados como uso de máscara e distanciamento social.

Outro fator importante para Kakitani é que todos “não sejam contaminados ao mesmo tempo para não sobrecarregar o sistema de saúde”. "A maioria de meus pacientes tem apresentado sintomas leves e alguns conviveram de quatro a cinco dias com os sintomas que pensavam ser uma gripe comum", explicou. Já os pacientes acima dos 60 anos de idade e com problemas crônicos como diabetes ou cardíacos, apontou o médico, estão sofrendo mais e até não resistindo e morrendo.

Embora considere que o Paraná esteja suficientemente equipado e com número de leitos ocupado dentro do esperado e longe de um colapso, o infectologista enfatizou a importância da prevenção. "É uma doença que até sair a vacina não vai ter o que fazer, então todos devem se proteger ao máximo e se cuidar para não pegar.”

De acordo com o médico, a maioria das contaminações ocorre em situações como reuniões de família, em que, por conta da confiança no parente, acaba ocorrendo a transmissão. "Os surtos de que temos conhecimento tiveram origem em reuniões familiares e o grau de confiança acaba sendo um inimigo. Por exemplo: a avó beija o neto assintomático, é contagiada e as consequências para ela são mais complexas", assinalou.

Desde o início da pandemia no Brasil, apontou Hideo, havia várias previsões que apontavam que "todos pegariam a doença". "Nossa população é de 200 milhões. A pesquisa indica 2 milhões de infectados e acredito que esse número seja 10 vezes maior. Ainda assim é um percentual aceitável." Dos pacientes atendidos pelo infectologista, 95% apresentaram sintomas respiratórios leves.

Os dados são fruto de colaboração inédita entre órgãos da imprensa. O consórcio é formado pela Folha de S.Paulo (responsável pela agência de notícias Folhapress, utilizada pela Folha de Londrina), O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo, G1 e UOL. O objetivo da iniciativa é reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus.

Já o Ministério Público do Paraná manifestou contrariedade à não renovação do Decreto Estadual nº 4.942/20. O documento fixava regras voltadas a estabelecer níveis de maior proteção à vida e à saúde das pessoas no contexto da pandemia de Covid-19, determinando inclusive o fechamento do comércio em sete Regionais de Saúde. Na manifestação, o MPPR questionou a ausência de indicativos que justificassem a decisão do Estado.(Com Folhapress)