Londrina - Depois de três samanas internado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, o dramaturgo londrinense Mário Bortolotto, 47 anos, recebeu alta na manhã de ontem e deve passar os últimos dias do ano em casa. A equipe médica chefiada pelo doutor José César Assef, que atendeu Bortolotto desde sua entrada no Serviço de Emergência da Santa Casa, informou a alta hospitalar por meio da assessoria de imprensa do hospital.
No dia 4 de dezembro, o dramaturgo foi alvejado por três disparos de arma de fogo quando três homens tentavam assaltar o bar do Espaço Parlapatões, na Praça Roosevelt, centro de São Paulo. A FOLHA entrou em contato com a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Delegacia Civil de São Paulo, mas a polícia não quis informar se havia alguma pista dos assaltantes. A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo não respondeu aos contatos realizados pela reportagem.
A irmã do dramaturgo, Eliane Bortolotto, disse que ele tem se recuperado bem. ''Ainda falta uma total recuperação do braço esquerdo, que passou por uma cirurgia há pouco tempo. Mas, segundo os médicos, com algumas sessões de fisioterapia deve melhorar em breve'', disse.
Bortolotto chegou a ser atingido no coração, pulmão e teve um dos projéteis alojado próximo à coluna. O dramaturgo passou por pelo menos três cirurgias. O músico e desenhista Henrique Figueroa, conhecido como ''Carcarah'', amigo de Bortolotto, também foi atingido com um tiro na perna, mas recebeu alta poucos dias depois do crime. Sensibilizados com o que aconteceu com o dramaturgo, artistas e amigos de Bortolotto realizaram encontros poéticos em São Paulo e também em Londrina em homenagem a ele.
Mário Bortolotto nasceu em Londrina em 1962 e vive em São Paulo desde os anos 1990. Em 2008, Bortolotto recebeu o prêmio Shell de Teatro pelo espetáculo ''Nossa vida não vale um Chevrolet''. Fundador do Grupo Cemitério de Automóveis, Bortolotto escreveu e dirigiu várias peças de teatro. Recentemente gravou um disco com a banda Saco de Ratos.