O DER/SP (Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo) informou que as obras de reforma da ponte que liga o município paulista de Taciba ao município de Porecatu, sobre o rio Paranapanema, devem gerar um bloqueio total da ponte que deve durar até março do ano que vem. A ponte liga a PR-170 (Rodovia Deputado Homero Oguido), em Porecatu, com a SP-421 (Rodovia Rodolfo Ribeiro de Castro), no Sudoeste de São Paulo. O bloqueio começa no dia 7 de novembro, às 7h da manhã.

Presidente da Associação Comercial e Empresarial de Porecatu, Fernando Otaviano, ressaltou que a época escolhida para a realização das obras não é propícia.
Presidente da Associação Comercial e Empresarial de Porecatu, Fernando Otaviano, ressaltou que a época escolhida para a realização das obras não é propícia. | Foto: Arquivo Folha/6-8-2015

O deputado estadual Tercílio Turini (PSD-PR) alertou sobre os problemas que surgirão e pede ao governador Ratinho Junior (PSD) para interceder junto ao governo paulista, buscando uma alternativa que evite a interdição total. "A previsão é de quatro meses de reforma, mas sabemos que dificilmente uma obra pública é concluída no tempo certo. O correto é manter a travessia de forma escalonada, sem o fechamento total", defende o parlamentar.

De acordo com o deputado, os municípios de Porecatu, Prado Ferreira, Alvorada do Sul e Florestópolis serão muito afetados do lado paranaense e outros municípios do lado paulista também sofrerão com o bloqueio. “Haverá dificuldades para escoar produtos, principalmente a safra de soja e de milho que vão para o Porto de Paranaguá. A região tem ligação forte com o estado de São Paulo.”

Turini ressaltou que há um comércio forte entre os dois estados e há uma questão da saúde, com a dificuldade da mobilidade de pacientes que utilizam o serviço de saúde e os profissionais de saúde que precisam se deslocar entre os dois estados.

“Conversei com o superintendente do DER/PR de Londrina, Marco Aurélio Gataz Sguario, e ele falou que seria possível fazer bloqueio um dia e liberar outro dia, mas parece que está havendo uma intransigência por parte do DER de São Paulo. Isso vai comprometer o trânsito entre os dois estados e as pessoas terão de fazer um caminho muito mais longo.”, criticou o deputado.

Para atravessar de um estado ao outro, será necessário utilizar os acessos por Sertaneja-Assis ou Santo Inácio-Presidente Prudente. "Isso representa de 70 a 100 quilômetros a mais de deslocamento para quem normalmente faz a travessia por Porecatu. O custo de transporte vai aumentar, as viagens ficam mais demoradas e os paranaenses que vivem na região enfrentarão muitas dificuldades. Certamente será uma grande confusão", afirma o deputado.

“Eu não posso responder tecnicamente sobre a viabilidade disso, mas se o DER do Paraná fez contato com o DER de São Paulo sugerindo essas alternativas ao bloqueio total é porque não havia risco algum, mas quem fez a licitação da obra é o DER de São Paulo e são eles que determinam isso.”

O DER/SP informa que na ponte sobre o Rio Paranapanema na SP 421, localizada no município de Taciba, a interdição se faz necessária para assegurar a qualidade técnica dos serviços de recuperação da ponte, já em andamento. “Após diversos estudos realizados verificando a possibilidade de alternativas ou desvios possíveis, foi verificado que a única opção viável para assegurar a qualidade do serviço seria a interdição da maneira que ocorre”, diz a nota da assessoria do órgão.

A Secretária de Saúde de Porecatu, Laila Giota, afirmou que haverá impacto sobre os serviços de saúde do município. “Os médicos de Presidente Prudente que atuam no hospital de Porecatu precisarão acordar mais cedo para vir para cá”, apontou. Outros funcionários que atuam no município e moram do outro lado da ponte também sofrerão. Além disso, as ambulância terão de percorrer distâncias maiores. As pessoas que cursam o curso técnico de auxiliar de enfermagem e precisam trafegar pela ponte também serão prejudicadas.

O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Porecatu, Fernando Otaviano, ressaltou que a época escolhida para a realização das obras não é propícia. "Como Porecatu é a cidade mais próxima da ponte, ela vai sofrer muito o impacto dessa obra. Eu não entendo de engenharia, se seria possível fazer o bloqueio parcial, se a empreiteira que pegou a obra sabia das condições da ponte, mas todo o transporte de São Paulo e todas as entregas realizadas aqui terão de ser modificados", destacou.

Ele ressaltou que há muito tráfego de caminhões na região, porque é uma região canavieira. "Quem trabalha na usina tem que sair uma hora e meia antes para chegar no horário. Foi levantada a possibilidade dos veículos pequenos poderem circular pelo aterro da usina, mas sei que é muito difícil realizar esse controle", apontou. Ele também explicou que muitos moradores de Porecatu têm plano de saúde de Presidente Prudente.

Otaviano admitiu, no entanto, que a ponte estava em estado precário e o asfalto, muito ruim. "Era preciso reformar, mas todos os empresários têm a mesma opinião. Vamos ficar isolados das cidades vizinhas neste fim de ano. Muitos clientes deixarão de comprar aqui em função dessa obra."

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