O prefeito Marcelo Belinati (PP), na transmissão ao vivo deste domingo (28) pelas redes sociais, exaltou o trabalho de imunização feito pelas equipes da Secretaria Municipal de Saúde, reconheceu a situação crítica nos hospitais, com 86 pessoas em Londrina e região esperando por uma vaga de enfermaria ou UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas não anunciou nenhuma medida mais restritiva para conter a disseminação do novo coronavírus no município.

Imagem ilustrativa da imagem Belinati pede que cidadãos tenham consciência na Páscoa para conter Covid-19
| Foto: Gustavo Carneiro

Na última sexta-feira (26), em reunião com diretores dos principais hospitais da cidade, Ministério Público e Comitê de Crise de Londrina, Belinati foi cobrado a tomar providências mais rígidas de combate à Covid-19. Na reunião, a diretora do HU (Hospital Universitário), Vivian Feijó, alertou sobre a iminência de um colapso em todo o sistema de saúde de Londrina, que atende pacientes de vários municípios da região. Diante do cenário dramático, foi sugerido o aumento do isolamento social, maior responsabilização dos cidadãos que burlam as regras impostas para conter a doença e ações que diminuam a lotação no transporte coletivo, como o escalonamento do horário de trabalho.

Assim como havia feito na reunião de sexta-feira, neste domingo o prefeito ignorou as sugestões apontadas pelas entidades de saúde e voltou a responsabilizar as festas clandestinas e as confraternizações familiares pela evolução da doença no município. Belinati externou sua preocupação com a proximidade do feriado de Páscoa e apresentou um gráfico com dados que, segundo ele, foram repassados pela 17ª Regional de Saúde e que demonstram o aumento do número de casos e de mortes nos dias que sucederam os feriados de Ano Novo e Carnaval. “O número de casos e mortes explodiu em dezembro, aí começa a descer de novo e vem o feriado de Carnaval e explode de novo. Evite fazer confraternização em casa”, recomendou o prefeito. “Nos últimos dias, a média de mortes se estabilizou, em números ainda elevados, mas estabilizou”, completou o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado.

Neste domingo, 912 pacientes aguardavam um leito em enfermaria ou UTI no Paraná. Na macrorregião Norte, que engloba municípios das regiões Norte e Norte Pioneiro, 86 pessoas esperavam por um leito. “A taxa de ocupação no Paraná é de 97%, mas tem muita gente esperando vaga. Na verdade, a ocupação ultrapassa os 100%. Na hora que vaga um leito, imediatamente esse leito já vai ser ocupado por outro paciente”, disse Belinati. “A pessoa estar na fila não significa que está sem atendimento. Muitas vezes, a pessoa está dentro do próprio hospital, com monitor, respirador, em uma unidade semi-intensiva, mas precisa de UTI. E existem casos muito difíceis e dramáticos de pessoas em cidades pequenas que não tem a estrutura necessária.”

BOLETIM

O boletim da Covid-19 deste domingo, divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, apontou a confirmação de 249 novos casos em 24 horas, elevando para 45.038 o número de pessoas infectadas pelo coronavírus em Londrina. O número de mortes subiu para 944, com quatro registros entre sábado e domingo. Os mortos foram dois homens, de 74 e 79 anos de idade, e duas mulheres, de 82 e 56 anos de idade. Outros 96 pacientes com suspeita de infecção pela doença aguardam o resultado de exames.

VACINAÇÃO

Segundo Felippe Machado, 50.006 londrinenses receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19 e 15.167 já foram imunizados com a segunda dose. A partir desta segunda-feira (29), mais quatro pontos de vacinação começam a funcionar. Além da UPA do jardim do Sol e do Centro de Convivência do Idoso da zona norte, haverá postos também nas unidades básicas de saúde do jardim Eldorado e do conjunto Ernani Moura Lima (zona leste), Vila Casoni (região central) e jardim Alvorada (zona oeste). Neste momento, a imunização é para idosos acima dos 70 anos.