São Paulo, 01 (AE) - A BCP manteve ontem 195 técnicos de plantão em São Paulo para testar a capacidade dos equipamentos - sendo 81 em estado de alerta, num raio de uma hora do local - de resistir aos supostos problemas protagonizados pelo bug deste fim de milênio. No Nordeste, onde a empresa tem operação em 6 Estados, mais 136 pessoas ficaram em sistema de plantão nas operadoras e 45 em alerta. A maior expectativa concentrava-se nas áreas mais críticas de engenharia e de tecnologia da informação, onde está instalado um pinel de controle que emite todos os sinais de alerta e problemas de sistema. Em casos de eventual pane, foi cogitada a possibilidade de atrasar os horários dos computadores, numa tentativa de enganar a máquina e ganhar tempo para solucionar o problema.
Essa possibilidade estava praticamente descartada, uma vez que a empresa realizou, durante todo o dia, o monitoramento do comportamento de sistemas similares em todo o mundo, por meio da Bell South, em países como a Austrália e Japão, precedidos pelo bug. Todas as providências foram tomadas e seguidas à risca. Às 22h30, a empresa desligou todo acesso a e-mails para não correr o risco de ataque de hackers.
O tom de descontração ficou a cargo de um jantar de fim de ano, servido 2 horas antes do dia D aos funcionários e familiares. Antes de servir a sobremesa, os plantonistas foram recebendo relatórios de checagem final dos testes do bug. O clima de ansiedade foi driblado por uma certa dose de confiança dos diretores, descrentes em parte da possibilidade de uma pane ser provocada pelo bug.
"Estamos tão tranquilos que o presidente da empresa, o mexicano Roberto Peon, está em férias", garantiu o gerente de comunicação José Carlos Meira Mattos. O otimismo se deveu ao fato de o planejamento para o dia na verdade ter se iniciado um mês depois da instalação da empresa, em meados de 98. O primeiro teste de simulação de datas para rodar sistema, ou base de dados
ocorreu em agosto de 98 e, mais recentemente, no dia 9 de setembro, entre 80 pessoas.
Um sistema interno de apoio teve início dois dias após o Natal e irá se estender até o dia 7 de janeiro. O diretor executivo de tecnologia da informação, Nelson Marchini, não vê a hora de se livrar de um imenso macado de pelúcia. Internamente, o mico é sinônimo de que o executivo tem um grande pepino nas mãos. Com as fachadas da salas de vidro, toda companhia sabe do problema. Marchini, responsável pela condução do problema do bug
há 6 meses divide a sala com o macaco. A BCP tem 1,4 milhão de telefones celulares em São Paulo e 400 mil no nordeste, além de 2 mil funcionários.
Congestionamento - No Natal de 98, as ligações pelo sistema celular aumentaram em 28% em relação à média dos horários de pico. Registrou-se, entretanto, uma queda no dia 31 em decorrência de congestionamento. Cerca de 20% de tentativas de ligações não foram completadas. Um percentual muito acima da média, que é de 2%. Neste Natal houve aumento de 63% em relação ao natal de 98, e no dia 31.