Madri, 30 (AE-DOW JONES) - O Banco Central Europeu decidiu manter suas taxas de juro de curto prazo inalteradas, como já era esperado pelos analistas do mercado. A principal taxa do BCE
a de refinanciamento, foi mantida em 3,5%; a taxa de depósito, em 2,5%, e a taxa marginal de empréstimo ficou em 4,5%, de acordo com comunicado divulgado hoje (30) após a reunião do BCE, que foi realizada pela primeira vez fora de Frankfurt, em Madri (Espanha).
O BCE elevou essas taxas em 25 pontos-base em seu último encontro há duas semanas, citando, na ocasião, o crescente risco inflacionário provocado pelo enfraquecimento do euro e pelo aumento do preço do petróleo como justificativa para a decisão. A despeito do contínuo enfraquecimento do euro - que situa-se abaixo de US$ 0,96 - o BCE tem resistido a intervir no mercado ou aumentar o juro para alavancar a moeda. Se o euro estabilizar-se entre US$ 0,96 e US$ 0,97, conforme o previsto, os analistas acreditam que o BC europeu deverá voltar a elevar o juro em maio, em 25 pontos-base, mas se o euro continuar em seu processo de depreciação, acredita-se que o aumento do juro poderá vir antes do esperado.
A posição adotada pelo BCE na reunião de hoje foi creditada à decisão da Opep de aumentar a produção de petróleo, o que tende a atenuar as pressões de alta da commodity, e ao pacto, considerado moderado, formalizado entre a IG Metall, poderosa central sindical da Alemanha, com empresários do setor metalúrgico e químico da região Renânia Norte-Vestfália. O BCE havia destacado os preços do petróleo e a potencialidade da elevação dos salários como fatores inflacionários preocupantes. Com o afrouxamento dessas pressões, o BCE deve concentrar-se agora na observação da base monetária da zona do euro, que continua registrando uma expansão acima do valor de refe rência do BCE de 4,5%. Em fevereiro, a base monetária M3 cresceu 6,2%, superando o ritmo de aumento de 5,2% observado em janeiro.