O sábado de Carnaval com a lei seca em vigência mudou o cenário da rua Paranaguá, uma das vias de Londrina com maior concentração de bares e restaurantes. Na tarde deste sábado (13), o movimento de clientes em alguns estabelecimentos chegou a cair 80% e os comerciantes já contabilizavam os prejuízos.

Imagem ilustrativa da imagem Bares e restaurantes têm queda de até 80% no movimento com lei seca

No Varanda Bar e Restaurante, o carro-chefe dos almoços de sábado é a feijoada. Mas neste final de semana, poucos clientes apareceram para degustar o prato e os pedidos de entrega também diminuíram. “Fizemos menos feijoada do que o habitual, mas mesmo assim, sobrou um pouco. As pessoas estão fazendo festa em casa”, disse a proprietária, Deleide da Silva Castro.

Perto dali, em outro bar bastante movimentado nas noites de sexta-feira e tardes de sábado, o fluxo de clientes era ainda menor. Perto das 16 horas, uma única mesa estava ocupada. “Tivemos uma queda de 80% no movimento hoje”, calculou a gerente, Ana Paula de Souza. A música ao vivo acompanhada da feijoada que sempre atrai a clientela teve pouca saída. “É triste para a gente que tem que viver disso. No ano passado, fechamos por 75 dias, depois por mais 15, depois outros 14 dias.”

Conforme o decreto publicado nesta semana pelo município, a lei seca deve vigorar entre sexta-feira (12) e a próxima quinta-feira (18) em espaços públicos da cidade. A medida que tem como objetivo conter o avanço do novo coronavírus proíbe o funcionamento de estabelecimentos que vendam bebida alcóolica para consumo no local. A determinação foi adotada também em Rolândia, Cambé e Ibiporã. “Estamos pensando se vale a pena abrirmos de terça a quinta”, disse Castro.

Em outras regiões da cidade, bares e restaurantes também viram minguar os clientes. Em um bar da região central de Londrina, o movimento no horário de almoço reduziu em cerca de 40% neste sábado e o faturamento teve uma redução expressiva. “Quarenta por cento do valor da conta é com bebida alcóolica. O tíquete médio caiu bastante com a lei seca”, lamentou o gerente, Marco Aurélio Gusmão.

A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) em Londrina tentou obter liminar na Justiça para derrubar o decreto municipal. Mas na sexta-feira, a 1ª Vara da Fazenda Pública de Londrina rejeitou o pedido da entidade e manteve a lei seca.

Neste sábado, os advogados da associação encaminharam ao TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná) um pedido de agravo de instrumento, em uma nova tentativa de invalidar o decreto do prefeito Marcelo Belinati. O pedido foi analisado e indeferido, na tarde deste sábado, pelo juiz plantonista do Tribunal, Guilherme Frederico Hernandez Denz. Com a decisão, o decreto permanece válido.