Barak quer acordo que garanta relações normais com a Síria
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segunda-feira, 03 de janeiro de 2000
Jerusalém, 02 (AE-AP) - Abrir relações diplomáticas e fronteiriças entre Israel e Síria é muito importante para a paz, declarou neste domingo (02) o primeiro-ministro israelense Ehud Barak antes de partir para Washington, onde relançará as negociações de paz com o antigo inimigo do Estado judeu.
Reportagens publicadas por jornais israelenses diziam que o presidente sírio Hafez Assad, que luta pela devolução total das Colinas do Golan, pretende conceder em troca pouca coisa além da desmilitarização na área.
Assad teme, segundo rumores, que uma normalização abra seu país para o comércio e para as informações, debilitando o férreo controle exercido por seu regime na Síria.
Além disso, seu governo foi marcado por uma feroz retórica antiisraelense; uma mudança súbita poderia minar sua credibilidade entre a população síria e entre outras nações árabes.
Mas Barak deseja mostrar aos israelenses que finalmente gozarão de paz se devolverem o Golan e retirarem os assentamentos construídos na região ao longo dos anos.
"Desejamos, claramente, um acordo de plena normalização, com fronteiras abertas, embaixadas", disse Barak à Rádio Israel antes de viajar para retomar as negociações na localidade de Shepherdstown, em Virgínia Ocidental.
Os israelenses, decepcionados com a "paz fria" de 1978 com o Egito, onde são tratados com hostilidade pelas autoridades, esperam que a plena normalização permita a eles se integrarem em uma região até hoje hostil.
Mesmo tendo reconhecido que o processo será "muito difícil", Barak prometeu buscar um acordo que garanta a Israel suas aspirações relacionados à segurança e ao uso de água, além de estabelecer a desmilitarização do Golán.
Antes de partir para Washington, no aeroporto de Tel Aviv, Barak disse que sentia "o peso da responsabilidade" para chegar a um acordo no prazo de um ano.

